O Banco do Japão (BoJ) decidiu manter sua taxa de política monetária inalterada após sua reunião de política nesta sexta-feira (25), mantendo a taxa básica de juros entre 0% e 0,1%. Essa decisão estava alinhada com as expectativas do mercado.
O banco central tomou essa decisão após dados de inflação que ficaram abaixo das expectativas em abril, com a taxa básica de inflação atingindo 1,6%, abaixo das expectativas de 2,2%.
Além disso, o banco afirmou que continuará realizando compras de títulos de acordo com as decisões anteriores em março, quando adquiriu aproximadamente seis trilhões de ienes (US$ 83,5 bilhões) em títulos por mês.
Durante a coletiva de imprensa após o comunicado, o presidente do BC, Kazuo Ueda, destacou que embora a política monetária do banco não tenha como alvo diretamente as taxas de câmbio, a volatilidade cambial pode ter um “impacto significativo” na economia e nos preços do Japão.
Ueda mencionou que “se os movimentos do iene afetarem a economia e os preços de forma substancial, pode ser uma razão para ajustar a política”, acrescentando que, embora um iene fraco não tenha afetado muito a inflação subjacente até o momento, ele observou que “os preços estão em alta como um todo”.
Após a decisão, o iene ampliou a desvalorização frente ao dólar, com a moeda americana exibindo alta de 0,31%, negociada a 156 ienes. A moeda japonesa vive sua mínima frente ao dólar em mais de 30 anos.
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Banco do Japão: revisão da inflação
Em relação às perspectivas econômicas, o Banco do Japão revisou suas projeções de inflação para o ano fiscal de 2024, elevando a estimativa para entre 2,5% e 3%, em comparação com a previsão anterior de 2,2% a 2,5%. A previsão é de que a inflação desacelere para cerca de 2% nos anos fiscais de 2025 e 2026.
No entanto, o BC rebaixou suas projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano fiscal de 2024, agora estimando um crescimento entre 0,7% e 1%, abaixo da previsão anterior de 1% a 1,2%.
O Banco do Japão indicou que manterá as condições financeiras acomodatícias por enquanto, dependendo da evolução das condições econômicas e de preços. No entanto, se suas previsões se materializarem e a inflação subjacente aumentar, o banco central afirmou que “ajustará o grau de acomodação monetária”.
