Após encontro com representantes do setor bancário, o governo federal sinalizou disposição para rever pontos específicos do aumento do IOF, que é o imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado recentemente como parte do pacote de ajuste fiscal. A informação foi confirmada pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan.
Segundo Durigan, a reunião com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) foi marcada por uma apresentação “legítima, racional e detalhada” dos impactos que as novas medidas podem provocar sobre o setor financeiro. “Hoje a Febraban nos traz o impacto das medidas no setor de maneira legítima, de maneira bem racional, de maneira detalhada”, afirmou o secretário.
O governo, de acordo com Durigan, também colocou em discussão propostas alternativas àquelas inicialmente previstas no ajuste do IOF. Algumas foram sugeridas pelos próprios bancos, outras pela equipe econômica. “A gente discutiu alternativas também apresentadas pela Febraban, outras que a gente trouxe para o debate”, disse.
Aumento do IOF gera diversas críticas ao governo
A sinalização de abertura vem em meio a críticas de que o aumento do imposto pode comprometer o crédito e encarecer serviços financeiros. A Fazenda reconheceu que o diálogo deve continuar e que há espaço para ajustes pontuais nas medidas. “É natural que a gente avance nesse debate sobre o que poderia ser uma alternativa a itens isolados desse ajuste no IOF”, declarou Durigan.
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Apesar da disposição para negociar, o governo ainda não confirmou se haverá recuo na elevação do tributo. A expectativa é de que novas rodadas de negociação ocorram nos próximos dias, envolvendo outros setores impactados pelas medidas.
Haddad é convidado a prestar esclarecimentos
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou um convite para que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, preste esclarecimentos sobre o aumento do IOF. O requerimento foi apresentado pelo senador Izalci Lucas (PL-DF).
Apesar da aprovação do convite, ainda não há data definida para a ida de Haddad à comissão. A expectativa é de que o ministro detalhe os impactos e justificativas para a elevação do tributo, que integra o pacote de ajuste fiscal do governo federal.
Antes disso, Haddad já tem compromisso marcado com a Câmara dos Deputados: ele será ouvido no dia 11 de junho em uma audiência conjunta das comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização Financeira e Controle. A reunião, no entanto, já estava agendada antes do anúncio do aumento do IOF.