Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
Ata do BCE: novo corte de juros é esperado para setembro

Ata do BCE: novo corte de juros é esperado para setembro

Nesta quinta-feira (22), o Banco Central Europeu (BCE) divulgou a ata de sua reunião de política monetária realizada nos dias 17 e 18 de julho de 2024, quando decidiu por manter as taxas inalteradas.

A taxa de refinanciamento (a principal) continuou em 4,25%. A taxa sobre depósitos ficou 3,75% e a taxa sobre empréstimos permaneceu em 4,50%.

Vale relembrar, em junho, o BCE havia promovido o primeiro corte de juros, de 25 pontos-base. O corte marcou o fim oficial do ciclo recorde de alta rápida de juros na zona do euro, que começou após a pandemia de Covid-19, com a disparada da inflação. 

Embora o BCE tenha começado a aumentar as taxas de juros mais tarde do que o banco central americano, o corte em junho o colocou à frente do Federal Reserve (Fed), banco central americano, no novo ciclo econômico. Nos EUA, a expectativa é de corte a partir de setembro.

No documento divulgado hoje, o BCE explica que uma atenuação gradual da restrição da política monetária foi um ato de equilíbrio, pois era importante não prejudicar indevidamente a economia mantendo os juros em um nível restritivo por muito tempo.

Publicidade
Publicidade

E sinalizou que um próximo corte pode vir em setembro. O BCE reiterou, no entanto, que toda decisão vai depender de dados, garantindo que a inflação retorne à meta de 2%.

O presidente do banco central finlandês e membro do Conselho do BCE, Olli Rehn, também afirmou, nesta semana, que setembro seria o mês de provável corte de juros, devido à fraqueza da atividade econômica.

Ata do BCE: volatilidade dos mercados e incerteza política

A ata revela que, desde a reunião anterior, os mercados financeiros enfrentaram momentos de volatilidade, especialmente após o anúncio de eleições antecipadas na França e dados de inflação dos EUA abaixo das expectativas. Apesar da turbulência inicial, a recuperação foi rápida e não indicou sinais de estresse sistêmico. A valorização do euro, após uma breve desvalorização, foi mencionada como um indicativo da resiliência dos mercados.

Ainda assim, o apetite por risco dos investidores mostrou recuperação, com um forte sentimento de confiança voltando a prevalecer na área do euro. Embora os spreads soberanos tenham aumentado ligeiramente, a diferenciação entre os países, com destaque para os títulos franceses, foi apontada como relevante.

A ata também ressalta as expectativas dos investidores quanto à política monetária. A divulgação de dados econômicos dos EUA influenciou tanto as expectativas sobre os juros americanos quanto as projeções para o BCE. Dados mais fracos do índice de preços ao consumidor nos EUA levaram a uma queda nas expectativas de alta de juros, o que se refletiu nas previsões para a zona do euro.

No entanto, a inflação subjacente na área do euro continua sendo um fator de atenção, especialmente por ter surpreendido com valores mais altos do que o esperado. O BCE alerta para o risco de uma inflação elevada a longo prazo, com investidores precificando uma maior probabilidade de a inflação ultrapassar a meta de 2,5%.

Philip Lane, economista-chefe do BCE, destacou que a inflação geral na zona do euro apresentou uma leve queda em junho, para 2,5%, com a inflação de alimentos e energia diminuindo em relação ao mês anterior. Contudo, a inflação dos serviços e bens de consumo segue como um desafio, pressionada por fatores pontuais que elevaram algumas das medidas de inflação subjacente.

A ata do BCE revela que, embora a inflação mostre sinais de moderação, os riscos permanecem inclinados para uma pressão ascendente, principalmente devido a choques de oferta que podem manter os preços elevados.