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Alckmin reforça a Washington interesse do Brasil em negociar tarifa de 50% imposta por Trump

Alckmin reforça a Washington interesse do Brasil em negociar tarifa de 50% imposta por Trump

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou na quinta-feira (24) que destacou ao secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, o interesse do Brasil em negociar a tarifa de 50% imposta unilateralmente pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sobre produtos brasileiros.

“Tivemos uma conversa longa com o secretário americano, Howard Lutnick, no último sábado (19), em que apresentamos todos os pontos de preocupação e reiteramos o desejo do Brasil de avançar no diálogo”, disse Alckmin. A reunião durou cerca de 50 minutos e, segundo ele, foi uma conversa institucional, cujo conteúdo permanece reservado.

O vice-presidente ressaltou que a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é manter uma abordagem pragmática e livre de contaminações políticas ou ideológicas.

“A ideia é buscar uma solução comercial que beneficie ambos os lados, reduzindo perdas com inflação nos EUA e restrições às nossas exportações. O objetivo é resolver impasses, promover a complementaridade econômica, incentivar investimentos recíprocos e discutir temas como a bitributação”, afirmou.

A ofensiva diplomática do governo brasileiro ocorre em resposta ao tarifaço anunciado por Trump, que entrará em vigor a partir de 1º de agosto de 2025. A medida prevê uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos.

Na correspondência enviada ao presidente Lula, Trump alegou que a balança comercial entre os dois países é “injusta” — ainda que dados oficiais mostrem superávit para os EUA.

O presidente norte-americano também misturou críticas de natureza política, como o julgamento do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro no STF, classificado por ele como “vergonha internacional”, além de acusações contra o Brasil por suposta censura a plataformas de mídia social norte-americanas.

Alckmin sobre tarifas: Brasil não adota medidas de retaliação

Em reação ao tarifaço, o governo brasileiro ainda não adotou medidas concretas de retaliação, mas trabalha por vias diplomáticas para tentar reverter ou ao menos suavizar os impactos. A expectativa é que o tema seja levado à Organização Mundial do Comércio (OMC) e tratado em negociações bilaterais, principalmente envolvendo setores estratégicos.

Neste mês, o presidente Lula regulamentou a chamada Lei da Reciprocidade, aprovada pelo Congresso, que autoriza o Brasil a retaliar com tarifas similares em caso de medidas comerciais consideradas discriminatórias por outros países.

Minerais críticos em pauta

Durante entrevista à imprensa, Alckmin também comentou sobre o setor minerário, ao ser questionado sobre uma possível negociação com os EUA envolvendo minerais estratégicos como lítio e nióbio. Embora tenha evitado confirmar qualquer avanço específico nesse campo, afirmou que “a pauta é ampla e pode ser explorada”.

“O setor mineral foi tema de reuniões recentes. Vale destacar que apenas 3% das exportações brasileiras do setor vão para os EUA, mas mais de 20% das importações brasileiras de máquinas e equipamentos vêm de lá, o que mostra o enorme superávit comercial americano nessa área”, afirmou.

Nos bastidores, há movimentação do encarregado de negócios da embaixada americana em Brasília, Gabriel Escobar, em torno de eventuais acordos com o Brasil para o fornecimento de minerais considerados críticos para a indústria norte-americana.

Segundo Alckmin, a partir da próxima segunda-feira (28), o comitê interministerial criado para tratar da resposta brasileira ao tarifaço passará a se reunir diariamente, às 11h, para acompanhar e atualizar o andamento das negociações.