John Williams, presidente do Fed (Federal Reserve) de Nova York, afirmou, na manhã desta quinta-feira (14), que aumentar a taxa básica de juros dos Estados Unidos em 0,5 ponto percentual na próxima reunião de política monetária, que será realizada em maio, é uma opção viável.
Tal medida pode permitir que o sistema bancário americano se aproxime, segundo ele, de “uma aterrisagem suave” para a economia do país.
À Bloomberg Television, o presidente do Fed nova-iorquino disse que, “do ponto de vista da política monetária, faz sentido para nós avançarmos rapidamente para níveis mais normais dos juros, e também continuarmos com os planos de redução do balanço”.
Em março, o Sistema Federal de Reserva dos Estados Unidos elevou os juros pela primeira vez em três anos, como mostra a ata da última reunião de política monetária. No entanto, as incertezas provocadas pela invasão russa à Ucrânia não permitiram um aumento superior a 0,25 ponto percentual. No atual cenário, um aumento maior parece razoável como medida de emergência para conter a inflação.
Williams também afirmou que o mercado de trabalho tem ganhado forças e, embora a demanda por trabalhadores seja maior do que a oferta, está conseguindo alcançar os níveis anteriores à pandemia. Sobre a inflação, Williams afirmou que esta “deve chegar logo ao pico”, mas que “começa a desacelerar ainda este ano”.
Saiba o que o BTG Pactual pensa sobre a alta nos juros americanos
Um relatório do BTG Pactual (BPAC11) projeta que até o final de 2022, a taxa de juros dos EUA pode chegar até 1,75 ponto. Os analistas do banco de investimentos reforçam a ideia de que os próximos meses serão dominados por esse tema.
Essa avaliação é incentivada pelas projeções do Fed que indicam uma tendência de alta na inflação em 2022, que pode fechar em 4%. Para 2023, acompanhado de um ciclo de juro mais intenso – principalmente na taxa terminal. Que deve ficar entre 2,5% e 3,0%, em patamar contracionista.
“Tais expectativas ficaram mais voláteis na margem, reflexo do pivot dado pela autoridade monetária, que adotou um tom mais hawkish na avaliação de cenário, mas também pelo avanço do petróleo e outras pressões de preço”, informou trecho do relatório.