Todo investidor sonha com a “façanha” de ganhar dinheiro sem precisar efetivamente fazer muito esforço para isso.
Quando se é detentor de um ativo negociado em bolsa de valores, tem-se o direito de recebimento de todas as bonificações existentes. Parte daí o princípio de ter renda passiva vinda da bolsa.
Dessa forma, investir em empresas pagadoras de dividendos pode ser uma ótima estratégia.
Isso porque, quanto mais é investido em ações dessas companhias, mais dividendos mensais é possível receber. E mais poderá reinvestir os lucros.
Pensando nisso, a equipe da EuqueroInvestir.com destacou alguns critérios para analisar empresas de dividendos.
Dividendos
Os dividendos correspondem à parcela do lucro da companhia que é distribuída aos seus acionistas.
De acordo com a legislação, empresas listadas na Bolsa são obrigadas a distribuir, no mínimo, 25% do lucro na forma de proventos.
No entanto, nada impede que uma companhia pague valores superiores, até mesmo, ao do seu lucro líquido.
Vale destacar que o valor dos dividendos distribuídos varia conforme a quantidade de ações que você possui. Além disso, os valores recebidos em um ano não necessariamente se repetirão no ano seguinte, já que depende do desempenho da empresa.
Dividend Yield
O dividend yield representa qual é o rendimento dos dividendos pagos pela empresa. Para isso, ele considera o valor anual do dividendo distribuído e a cotação atual da ação.
Para ficar mais claro, suponha que uma empresa tenha ações cotadas a R$ 50 e distribua, em um ano, R$ 2,5 em dividendos por ação.
Neste caso, o investidor que tiver 100 ações dessa empresa receberá R$ 250 em dividendos.
Para achar o dividend yield basta dividir o valor do dividendo distribuído pelo valor da cotação: 2,5/50 = 0,05 ou equivalente a 5%.
Importante lembrar que esse dado costuma variar com frequência, conforme a cotação do papel.
Sendo assim, em um momento onde o preço da ação está em queda, o dividend yield tende a ser melhor.
De acordo com o entendimento do mercado, empresas precisam pagar, no mínimo, 5% de dividend yield para serem consideradas boas pagadoras de proventos.
Para saber mais sobre dividend yield, leia esse artigo e aprenda como calculá-lo!
Volatilidade dos dividendos
O investidor deve analisar como ocorreu a distribuição dos proventos pela companhia ao longo dos anos. Ou seja, verificar seus proventos foram pagos de forma constante ou esporadicamente.
Além disso, vale observar se houve crescimento das distribuições de dividendos nos últimos ano. Isso pode ser um indicativo sobre a continuidade dos pagamentos.
Dividend payout
De forma geral, o dividend payout é o indicador que demonstra o quanto de seu lucro a empresa distribuirá aos acionistas. Ele é expresso em percentual, e sua fórmula é a seguinte:
Dividend Payout = (dividendos totais / lucro líquido) x 100
Dessa forma, se uma empresa apresentou um payout de 40%, isso significa que ela distribuiu 40% do lucro do exercício aos acionistas nos últimos 12 meses. Por sua vez, os restantes 60% foram retidos para diversos fins, como novos investimentos, por exemplo.
Sendo assim, o investidor precisa avaliar se o percentual de dividendos distribuídos pela companhia é saudável.
Isso porque elevados dividendos podem atrair o investidor, mas, muitas vezes podem estar encobrindo uma situação financeira não muito saudável. A empresa pode estar, por exemplo, com dificuldade de caixa e até mesmo de acesso a crédito. Por isso, acaba recorrendo mais ao acionista.
Logo, o payout ideal dependerá muito da atividade da companhia. Via de regra, faz mais sentido uma empresa de segmento maduro distribuir mais dividendos do que quem atua num mercado em expansão.
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Lucro não recorrente
Outro ponto a ser analisado na distribuição de dividendos é se houve lucro não recorrente. Suponha que em determinado exercício a companhia tenha vendido parte expressiva de seus imóveis. Assim, decidiu que os recursos da venda seriam distribuídos aos acionistas como dividendos.
Logo, o dividend yield desse ano foi maior do que o de anos anteriores. O motivo foi a influência da receita não recorrente, que veio da venda dos imóveis.
Ou seja, o investidor deve ter consciência de que não pode esperar por essa receita com regularidade. Por isso, para evitar surpresas, deve estar atento à origem do dinheiro distribuído pela empresa.
Nível de endividamento
Eventualmente, algumas empresas podem distribuir dividendos superiores aos seus resultados. Para isso, elas utilizam o próprio caixa ou, até mesmo, aumentam o seu endividamento.
Isso pode ocorrer quando essas empresas precisam de novas fontes de financiamento. E, ao realizarem boas distribuições, tornam-se interessantes para o investidor.
Esse é outro cuidado que se deve ter ao analisar o Dividend yield. Isso porque, ao receber dividendos atraentes, o investidor pode não perceber que a empresa pode estar sacrificando caixa ou aumentando dívidas.
Para isso, o investidor pode calcular o nível de endividamento (dívida líquida/ Ebitda). Esse indicador mostra em quantos anos a companhia pagaria as suas dívidas com a própria geração de caixa. De forma geral, uma relação até 2 é considerada aceitável pelo mercado.
Cabe frisar que esse entendimento pode variar entre os segmentos de atuação das empresas.
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