O executivo Caio Mário Paes de Andrade, indicado nesta segunda-feira (23) para ser o novo presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), tem sua carreira marcada por forte experiência no setor de empreendedorismo digital. Criou e investiu em plataformas de crédito e gestão e também no primeiro serviço nacional de criação de páginas, o HPG.
Foi essa experiência que o levou a seu primeiro cargo no governo de Jair Bolsonaro: a presidência do Serpro, o Serviço Federal de Processamento de Dados. Ocupou o posto de janeiro de 2019 até agosto de 2020, quando foi deslocado para o Ministério da Economia, para assumir a Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital.
No posto, sua principal tarefa foi a gestão da plataforma Gov.br, responsável por unificar os sites e serviços oferecidos pelo governo federal.
Próximo de Paulo Guedes e Adolfo Sachsida
A escolha de Paes de Andrade é considerada pelos analistas políticos como uma maneira de ampliar o entrosamento da Petrobras com o Ministério das Minas e Energia. A pasta hoje é conduzida por Adolfo Sachsida, que até o mês passado também estava na Economia, como assessor de assuntos estratégicos.
Sachsida substituiu Bento Albuquerque, que estava no cargo desde o início do governo Bolsonaro e deixou o cargo um dia depois que o presidente criticou a Petrobras por autorizar um novo aumento do preço do óleo diesel.
Segundo a CNN Brasil, Paes de Andrade já havia sido indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para assumir a Petrobras após a saída do segundo presidente do governo Bolsonaro, Joaquim Luna e Silva, e chegou até a ser entrevistado pelo então ministro Bento Albuquerque.
O escolhido, no entanto, acabou sendo o economista Adriano Pires, que declinou do convite sob o risco de rejeição do Conselho de Administração. O escolhido acabou sendo José Mauro Ferreira Coelho, que ficou pouco mais de um mês no posto.
Preços e privatização da Petrobras em foco
A discussão sobre a política de preços da Petrobras é o principal assunto em pauta para o novo presidente da Petrobras. A companhia hoje segue o PPI (Preço de Paridade Internacional), mais favorável a investidores e acionistas, mas que já foi alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro, que teme o impacto dos aumentos no cenário de sua candidatura à reeleição, nas eleições presidenciais de outubro.
O próprio Paulo Guedes, ministro da Economia, chegou a sugerir que a empresa amplie seus intervalos de reajuste para diminuir a volatilidade de preços, que impacta diretamente na pressão inflacionária. A ideia deve ser estudada nos próximos dias.
No médio prazo, contudo, a presença de Caio Paes de Andrade à frente da estatal deve acelerar os estudos para o processo de privatização da companhia. Logo que assumiu o Ministério das Minas e Energia, Adolfo Sachsida apresentou a Paulo Guedes um estudo que pede ao governo prioridade na desestatização da companhia.
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