Diante da maior pressão inflacionária global, do enfraquecimento do arcabouço fiscal doméstico e da piora nas expectativas do IPCA (inflação oficial) para 2023, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ficou sem espaço para sinalizar o fim do ciclo de alta da Selic, taxa básica de juros, nesta quarta-feira (3) – como acreditava o mercado, até então.
Esta é a opinião do BTG Pactual (BPAC11), em relatório pré-Copom divulgado nesta segunda-feira (1).
“Esperamos que o Banco Central, além de entregar os já precificados 50 pontos base de alta, mantenha a estratégia de continuar com o ciclo de ajustes na taxa Selic. O cenário global se deteriorou com manutenção das altas expectativas de inflação, elevação dos juros pelo Banco Central Europeu e Federal Reserve e, agora, maior probabilidade de recessão na Europa e nos EUA”, aponta o banco.
No Brasil, a atividade forte no primeiro semestre, a maior fragilidade fiscal de curto e longo prazo e a deterioração das expectativas de IPCA para 2023 trazem um ambiente desafiador para que o Copom tente sinalizar qualquer encerramento de ciclo de aperto monetário, diz o BTG.
“O Banco Central deve levar a Selic para 13,75% e indicar ‘um novo ajuste de igual ou menor magnitude’, repetindo a estratégia do último comunicado e comprando graus de liberdade para as próximas reuniões”, finaliza o banco.
A aposta do BTG, até aqui, é que em setembro aconteça mais um aumento de 0,25 ponto porcentual, com Selic final a 14%.

EQI Asset espera queda de juros apenas a partir de maio de 2023
A opinião de que o fim do ciclo de alta da Selic foi prorrogado é a mesma da EQI Asset, que, no entanto, vê Selic a 13,75% a partir de quarta-feira, com mais 0,5 ponto porcentual de aumento na reunião de setembro. Ou seja: Selic final a 14,25% ao ano.
O mercado vinha projetando que um aumento de 0,5 ponto porcentual na próxima quarta-feira (3) seria o fim do ciclo de alta da taxa.
No entanto, após melhores dados do mercado de trabalho, dinâmica mais saudável da atividade econômica no curto prazo, e novos estímulos fiscais do governo, houve uma revisão da trajetória esperada para a inflação e, consequentemente, para a Selic, que é o principal instrumento do Banco Central para controlar a alta de preços.
“Esperamos agora uma desinflação menos intensa da inflação de serviços que deve terminar 2023 ao redor de 7,3% (versus 6,5% anteriormente) vindo de 8,5% em 2022”, comenta Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset.
“Com uma expectativa de inflação mais pressionada no horizonte e dados de atividade que vem se mostrando melhores do que o esperado, acreditamos que o Banco Central não terá espaço para encerrar o ciclo de alta na reunião de agosto, sendo necessária pelo menos mais uma alta de 50 bps na reunião seguinte, levando a taxa Selic para 14,25%”, complementa.
Após atingir esse patamar, a asset acredita que a autoridade monetária deverá manter a taxa inalterada até maio de 2023, quando iniciará um novo ciclo de cortes reduzindo a taxa Selic para 10,75% ao final do ano.
Para o investidor, segue o foco em renda fixa, sem aumentar a exposição em renda variável.

- Confira os melhores investimentos para o segundo semestre
- E mais: as ações mais recomendadas do BTG para agosto.
Quer saber mais sobre Selic a 13,75% e como investir nesse cenário? Preencha o formulário que um assessor da EQI entrará em contato. Aproveite e tenha acesso a materiais gratuitos e exclusivo da EQI.