Nesta sexta-feira (20), o Banco BTG Pactual (BPAC11) divulgou o relatório referente a uma reunião com a diretoria da Tenda (TEND3). De acordo com a instituição financeira, a empresa tem como foco aumentar as margens brutas em 2022 para combater a inflação. Após a reunião, a recomendação é de venda com preço-alvo em R$40.
Representantes da BTG se reuniram com o CEO da Tenda, Marcos Pinheiro, nesta quinta-feira (19) para discutir as perspectivas do setor e os passos que a empresa pretende tomar ainda neste ano.
Segundo Pinheiro, o grande foco da Tenda para este ano é aumentar as margens brutas através do aumento de preço de seus produtos. A gestão da construtora aponta que essa medida é necessária para combater a inflação, além do fato de que a empresa deve ser menor em 2022 com o fechamento de algumas operações.
Readequação de preços da Tenda
A empresa pretende ainda adequar os seus preços a atual situação financeira do país e da construção, no qual os preços continuam subindo devido a importação de matéria prima e também ao impacto da pandemia, que ainda são sentidos pelo setor.
“A empresa está aumentando os preços de venda e que há espaço para mais (os preços de venda da Tenda estão bem abaixo dos concorrentes e a demanda continua sólida)”, explica o relatório feito pelo BTG, salientando que com estas ações a empresa espera alcançar margens brutas de 30%.
Alavancagem da Tenda é um ponto de alerta
O gestor ainda apontou que a alavancagem é um problema para a empresa, mas que eles pretendem combatê-lo com o aumento no fluxo de caixa.
“A Tenda descumpriu seus compromissos de dívida, então a administração está entrando em contato com os detentores de dívidas para explicar as perspectivas para a empresa, e eles esperam obter a isenção, pois as conversas têm sido positivas até agora”, diz o relatório do BTG, apontando que deve haver a venda de recebíveis logo mais.
Mão de obra encarecida
O CEO da Tenda apontou ainda que um dos fatores que surpreendeu foi encarecimento da mão de obra. Este fato fez com que a companhia reavaliasse as suas margens. “ (…) a revisão salarial para os trabalhadores da construção civil de 12,5% em SP ficou acima dos 10% esperados, e eles precisarão ajustar os orçamentos da construção”, informa.
Em relação aos materiais de construção, Pinheiro relata que a Tenda não acredita que o cimento ficará mais caro do que os 16% anunciados pela imprensa. O CEO ressalta que eles estão negociando condições mais favoráveis com fornecedores
Além disso, a construtora decidiu não importar aço para manter um bom relacionamento com os seus fornecedores atuais.
Relação com a Alea
A administração da empresa ainda aproveitou a oportunidade para reforçar a visão sobre a Alea, braço da Tenda para construção de casas em condomínios fechados usando o método de wood frame, o mesmo utilizado nos EUA e Canadá. Pinheiro destaca que a parceira foi um fator positivo para a construtora.
“A empresa tem um grande potencial de valor, portanto, não interromperá os investimentos para aumentar a Alea. Ela precisa acelerar as aquisições de terrenos para atingir sua meta operacional, mas a Tenda precisa atender aos requisitos de capital da Alea sem pressionar seu próprio balanço”, finalizou.
Recomendação de compra do BTG
O BTG enxerga a Tenda como um bom negócio e recomenda a sua compra com o preço-alvo de R$40. Para a instituição financeira, os riscos para a empresa do setor de construção são: dependência do governo em suas operações de baixa renda.
Riscos do setor
- alto grau de sensibilidade às condições macroeconômicas brasileiras, especialmente taxas de juros e disponibilidade geral de financiamento imobiliário;
- mudanças no ambiente regulatório;
- gestão de um longo ciclo de capital de giro.
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