Brasil e Argentina articulam moeda comum informou o Financial Times no final de semana.
Porém, ainda no final de semana, membros do Poder Executivo rechaçaram a informação, por isso mesmo a fala não é oficial e o mercado aguarda um posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A moeda em questão seria virtual e restrita a transações comerciais e financeiras.
Por coincidência, o presidente do Brasil cumpre esta semana uma agenda na Argentina, onde deverá se encontrar com o presidente do país vizinho Albérto Fernandez.
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Alberto Fernández, da Argentina, publicaram uma carta conjunta falando da boa relação diplomática e comercial entre os países no sábado, o jornal argentino “Perfil”. E citaram a moeda, que poderia “baratear os custos operacionais e reduzir a dependência do dólar”.
“Pretendemos quebrar as barreiras em nossas trocas, simplificar e modernizar as regras e incentivar o uso de moedas locais. Também decidimos avançar nas discussões sobre uma moeda sul-americana comum que possa ser usada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais, reduzindo custos operacionais e nossa vulnerabilidade externa….
Inclusive, à imprensa argentina Fernandez disse que a moeda comum “só depende do Brasil”, afirmação que dá a entender que existe, sim, uma intenção nesse sentido.
A oposição, no entanto, critica a iniciativa. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou os debates em torno do tema, dizendo que “com certeza não pode acabar bem”.

Brasil e Argentina: moeda comum
De acordo com o FT, caso a ideia avance poderá implementar um movimento que deverá culminar na criação do segundo maior bloco de moeda única do mundo.
Conforme a revista especializada, o foco inicial dos estudos será sobre como uma nova moeda, que o Brasil sugere chamar de “sur” (sul), poderia aumentar o comércio regional e reduzir a dependência do dólar americano.
Ela também deverá ser estendida para outros países da Região e funcionaria inicialmente em paralelo com o real brasileiro e o peso argentino, principalmente em fluxos financeiros e comerciais.
Celac
No dia 24 de janeiro de 2023 acontece na Argentina a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
Para economistas que assessoram os presidentes acerca desse assunto, a América Latina tem economias fortes e há a possibilidade de encontrar instrumentos que substituam a dependência do dólar.
Do lado dos que se opõem ao plano, a inflação argentina seria o ponto nevrálgico que poderia colocar em xeque inclusive a economia brasileira.
Vale destacar que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Argentina fechou o mês de dezembro com alta 5,1% na comparação com novembro, o que deixa o país com inflação de 94,8% em 2022 na comparação anual, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec).
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