Investir em ativos internacionais é uma excelente forma de diversificar a carteira e mitigar o risco-país do patrimônio. Nesse sentido, BDRs e ADRs são algumas opções para investir em grandes empresas ao redor do mundo.
Tanto BDRs quanto ADRs são títulos que representam ações de companhias. O que muda é o local de emissão e de comercialização desses títulos, conforme veremos a seguir.
BDRs e ADRs: saiba mais sobre esses títulos
BDRs e ADRs são formas de investir em empresas estrangeiras em uma bolsa local. Isso é possível por meio de certificados chamados Depositary Receipts (ou DR), emitidos por uma instituição depositária e negociados em outros países que não os de origem das referidas empresas.
Confira agora as principais características de cada um desses ativos.
BDRs
Os Brazilian Depositary Receipts são negociados na bolsa brasileira e representam ações de companhias estrangeiras. Esses títulos acompanham a variação do dólar e das ações das companhias que representa, porém são emitidos e comercializados em reais. Logo, estão sujeitos à legislação brasileira para todos os fins, inclusive tributários.
De certa forma, quem adquire um BDR está, indiretamente, investindo em uma companhia estrangeira. Nesse caso, passa a ter alguns direitos de sócios, como o recebimento de dividendos, se essa for a política da empresa lá fora.
- Leia também: Dividendos de BDRs: saiba aqui como receber!
Para que possam ser comercializados no Brasil, existem duas instituições envolvidas na emissão dos BDRs. Uma delas – a instituição custodiante – fica no país de origem da empresa. A outra – a instituição emissora – é a que fica no Brasil, e é a responsável pela colocação do título no nosso mercado. Além disso, a emissora também deve garantir que o BDR tenha lastro nas ações que representa.
Como funcionam e quais os tipos de BDRs
Na prática, os BDRs funcionam de forma parecida a um fundo de investimento. Isso porque, para comercializá-lo, a instituição emissora adquire diversas ações de empresas estrangeiras. Em seguida, monta uma espécie de “pacote” e vende partes dele aos investidores, assim como cotas de um fundo de investimento.
Ou seja, ao investir em um BDR, você não está, necessariamente, adquirindo uma ação cheia, mas sim parte do título.
Em relação aos tipos, os BDRs podem ser patrocinados e não-patrocinados. No caso dos patrocinados, é a própria companhia estrangeira que emite seus títulos no mercado brasileiro. Para fazer isso, ela mesma busca uma instituição depositária para colocar e acompanhar seus títulos no nosso mercado.
Já nos BDRs não-patrocinados (são a maioria), a empresa emissora das ações não possui nenhuma participação na sua venda. Nesse caso, é somente a instituição depositária a responsável por ofertar os títulos no mercado brasileiro.
ADRs
A lógica dos American Depositary Receipts (ou ADRs) é a mesma dos BDRs. A diferença é que esses títulos são de empresas não americanas, e são negociados nas bolsas de valores dos EUA.
Em outras palavras, os ADRs dão a quem possui capital nos EUA a oportunidade de investir em empresas internacionais. Inclusive, existem diversos ADRs de empresas brasileiras, como Petrobras, Vale, Banco do Brasil, entre outras.
Como funcionam e quais os tipos de ADRs
Aqui, vale também o raciocínio dos BDRs. Ou seja, assim como ocorre no Brasil com os BDRs, existe nos EUA uma instituição depositária, que emite os ADRs. Além disso, há também uma custodiante, responsável pelo depósito e bloqueio desses títulos no país.
Na prática, para que um ADR seja comercializado nos EUA, o primeiro passo é a compra das ações pela instituição depositária. Logo após, entra o papel da custodiante, responsável pelo lastro desses títulos no país de origem. Por fim, os ADRs são emitidos pela depositária e negociados entre os investidores interessados.
Quanto aos tipos, os ADRs também podem ser patrocinados e não-patrocinados. No caso dos patrocinados, a emissora das ações que lastreiam os títulos trabalha junto com a depositária para colocar e acompanhar os títulos no mercado. Por sua vez, nos ADRs não-patrocinados, não há nenhuma participação da companhia emissora das ações no processo.
Diferentemente do Brasil, onde predominam os BDRs não-patrocinados, a maioria dos ADRs são patrocinados. Inclusive, essa costuma ser uma condição do mercado local para que esse titulo seja negociado nas bolsas do país.
- Leia também: Abrir conta no exterior é complicado? Veja mitos e vantagens
- E mais: Qual o melhor investimento no exterior? Descubra agora!
https://www.youtube.com/watch?v=3xrVmkMumEk
Vantagens de investir em BDRs e ADRs
Como vimos, ambas são formas de diversificar os investimentos em ativos internacionais.
No caso dos BDRs, o investidor que não deseja abrir conta lá fora consegue ter acesso a companhias estrangeiras. Além disso, a negociação desses títulos na B3 é bastante simples, e todos os relatórios de acompanhamento são em português, mais uma facilidade para o investidor brasileiro.
Vale a pena ressaltar alguns pontos de atenção em relação à negociação dos BDRs, um deles é sobre a impossibilidade de negociar esses títulos em feriados, tanto no Brasil quanto nos EUA.
O outro é sobre a liquidez desses papeis no mercado brasileiro. Isso porque, dos cerca de 800 BDRs disponíveis na B3, cerca de 20 concentram os maiores volumes de negociações. Dessa forma, ao escolher um BDR, é importante também levar em consideração o quanto esse título movimenta de negociações por aqui.
Por sua vez, os ADRs podem ser uma boa alternativa para quem investe nos EUA e deseja ter acesso a mercados de outros países. Por exemplo, quem já tem uma conta nos EUA não precisa abrir outra em um novo país.
- Tem mais dúvidas sobre BDRs e ADRs? Então, preencha o formulário, que um assessor da EQI Investimentos entrará em contato!