O Banco Central explicou, em carta aberta divulgada nesta terça-feira (10), as razões para o IPCA acima da meta – Índice de Preços ao Consumidor Amplo – de 2022. Segundo a missiva da autoridade monetária, inércia da inflação do ano anterior; elevação dos preços das commodities, em especial do petróleo; e desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos e gargalos nas cadeias produtivas globais foram alguns dos motivos.
O IPCA de dezembro ficou em 0,62%, 0,21 ponto percentual acima da taxa de 0,41% registrada em novembro e acima também das projeções do mercado financeiro, que estimavam um índice de 0,45%. Com isso, o acumulado do ano do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, considerado o índice oficial de inflação no Brasil, fechou o ano de 2022 com um aumento de 5,79%. O valor ficou bem abaixo dos 10,06% registrados em 2021, mas acima da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, que em 2022 era de 3,5%, com teto de 5%.
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A autoridade monetária citou outros fatores como a retomada na demanda de serviços e no emprego, impulsionada pelo acentuado declínio da quantidade de casos de Covid-19 e consequente aumento da mobilidade.
Por outro lado, o BC explica que vários fatores agiram no sentido contrário, reduzindo o desvio da inflação em relação à meta, como redução na tributação sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações; comportamento da bandeira de energia elétrica, que passou de escassez hídrica para bandeira verde; apreciação cambial; e hiato do produto no campo negativo.
“Nesse sentido, ressalta-se o papel do aperto da política monetária para a contenção da inflação. A política monetária, que, em 2021 já havia passado do estímulo extraordinariamente elevado para o território contracionista, avançou substancialmente no terreno contracionista em 2022”, justificou o BC.
IPCA acima da meta: resultado de 2022 foi influenciado por alimentação e bebidas
O resultado do ano passado para o IPCA foi influenciado principalmente pelo grupo alimentação e bebidas (11,64%), que teve o maior impacto (2,41 pontos percentuais) no acumulado do ano. Em seguida, saúde e cuidados pessoais, com 11,43% de variação e 1,42 p.p. de impacto.
A maior variação veio do grupo vestuário (18,02%), que teve altas acima de 1% em 10 dos 12 meses do ano. O grupo habitação ficou próximo da estabilidade, com 0,07% de variação, e os transportes (-1,29%) tiveram a maior queda e o impacto negativo mais intenso (-0,28 p.p.) entre os nove grupos pesquisados.
IPCA para 2023 acima da meta
Por fim, o BC explicou ainda que o IPCA para este ano também deverá vir acima da meta. Isto ocorre por conta da reoneração dos combustíveis e inércia. Estas seriam contrabalançadas em parte somente pela política monetária.
Segundo o BC, o Comitê de Política Econômica (Copom), calcula que o horizonte de seis semestres à frente podem suavizar os efeitos diretos de desoneração dos combustíveis.
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