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Balanços de big techs decepcionam e obrigam investidor a se reposicionar

Balanços de big techs decepcionam e obrigam investidor a se reposicionar

Os balanços de big techs referentes ao quarto trimestre de 2022 vieram abaixo das expectativas e, assim, acabaram decepcionando os investidores, que terão que se reposicionar no segmento.

O recuo nos lucros destas grandes organizações desanimou Wall Street que no dia 2 de fevereiro de 2023 acabou com seus principais índices fechando de forma mista.

Ainda assim, a Nasdaq, pesada em tecnologia, mostrou resiliência e fechou em alta de 3,25%, contra alta de 1,47% do S&P 500 e queda de 0,12% do Dow Jones.

Entretanto, por volta das 9h desta sexta-feira (3), os três índices operavam em queda, repercutindo os DREs de Apple (AAPL), Amazon (AMZN) e Alphabet (GOOGL). O Dow Jones recuava 0,23%, o S&P 500 recuava 0,66% e a Nasdaq recuava 1,18%.

Para se ter ideia, a Apple reportou lucro de US$ 29,9 bilhões – ou US$ 1,88 por ação, quando a expectativa era de US$ 1,94 por ação. A última vez que o resultado da companhia veio tão abaixo foi em 2016.

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O relatório mostra que as vendas da Apple recuaram 5% no trimestre, para US$ 117,2 bilhões, com queda em todas as partes do mundo. Também registrou queda nas vendas em cada categoria de produtos, exceto pelos ganhos em serviços (como Apple TV+, App Store e Apple Music, por exemplo) e iPads.

Vale lembrar que a empresa teve problemas em sua linha de produção na China, tanto por conta da Covid-19, que obrigou o fechamento de empresas, quanto por conta de uma política governamental que acabou servindo de empecilho para as operações asiáticas da companhia.

Imagem mostra um homem lendo o noticiário no tablet.

Balanços de Big Techs

A Amazon, por sua vez, reportou lucro de US$ 300 milhões, recuo de 98% ante os US$ 14,3 bilhões registrados em igual período de 2021. Diluído por ação, o lucro foi de US$ 0,03, bem abaixo dos US$ 1,39 apurados um ano antes.

No acumulado do ano, a Amazon teve um prejuízo líquido de US$ 2,7 bilhões, revertendo o lucro líquido de US$ 33,4 bilhões de um ano antes.

Já a Alphabet obteve lucro de US$ 13,6 bilhões no quarto trimestre de 2022, queda de 34% em relação ao mesmo período de 2021.

O lucro por ação caiu para US$ 1,05 ante os US$ 1,53 do mesmo intervalo de 2021. No acumulado entre janeiro e dezembro, o lucro caiu 21%, para US$ 59,9 bilhões.

Vale lembrar que esta é dona do Google, maior buscador de toda a internet.

Outra, que ficou do lado negativo da tabela, foi a Meta, dona do Facebook e Instagram. Esta obteve lucro de US$ 4,65 bilhões no quarto trimestre de 2022, queda de 55% em relação ao reportado um ano antes. O lucro diluído por ação caiu 52%, de US$ 3,67 nos últimos três meses de 2021 para US$ 1,76 em 2022.

Azul da cor do Twitter

Entretanto, houve quem fizesse bonito, a exemplo da Tesla (TSLA), do megaempresário Elon Musk. O mercado tinha uma expectativa negativa, justamente pelas polêmicas de seu líder, que refletiram na companhia. Mas, ainda assim, a empresa ficou no azul, como a cor do Twitter.

A fabricante de carros elétricos registrou lucro de US$ 3,68 bilhões no período, alta de 59%. O lucro diluído por ação chegou a US$ 1,07, um avanço de 57% sobre os US$ 0,68 do ano anterior. Em 2022, a empresa lucrou R$ 12,5 bilhões, um crescimento de 128% em relação a 2021.

Já a receita total somou US$ 24,31 bilhões nos três meses encerrados em dezembro, alta de 37% no comparativo anual. No acumulado de 2022, as receitas totalizaram US$ 81,4 bilhões, avanço de 51% sobre os R$ 53,8 bilhões registrados em 2021.

Demissões nas Big Techs

Somente a Amazon e a Alphabet devem demitir 30 mil funcionários no mundo todo, conforme informação das próprias companhias dias atrás.

Esse movimento mostra dois cenários. O primeiro tem a ver com reajuste nas operações, mas o segundo indica que as próprias operações não andavam bem. Ou seja, não é uma ação para melhorar o que estava bom, mas uma medida urgente para corrigir o que estava ruim.

A Apple, por sua vez, não fez um anúncio de grandes demissões, entretanto, o volume de contratações caiu pela metade. Foram 10 mil entradas entre setembro de 2021 e setembro de 2022, contra 40 mil entradas no período 20-21.

De maneira geral, por se tratar de empresas de tecnologia, a pandemia de covid não pode levar a totalidade da culpa pelos resultados baixos. Acontece que boa parte dos funcionários, senão todos, podem trabalhar a distância, pela internet. Ao menos, é uma possibilidade viável em tempos difíceis.

Porém, na prática, há um outro fator que deve ser levado em consideração: a fuga de publicidade. Isso se dá porque os anunciantes estão migrando, em busca de resultados alternativos para seus produtos e serviços. Há uma pulverização do dinheiro destinado ao marketing.

Esse indicador ficou muito claro no DRE do Google, visto que a receita proveniente da publicidade passou de US$ 61,2 bilhões em 2021 para US$ 59 bilhões (-3,6%). Além da fragmentação em publicidade, a empresa também classifica o ambiente macroeconômico.

O dragão da inflação

Por ambiente macroeconômico, a companhia pretende apontar para a inflação, que disparou nos EUA, consumindo o poder de compra das famílias. O Tio Sam se vê em uma luta épica contra a alta do custo de vida e por isso o Federal Reserve (Fed, espécie de banco central) tenta conter o avanço dos preços.

Na Europa, a mesma coisa: crise energética decorrente do conflito militar Ucrânia-Rússia e encarecimento do custo de vida leva o consumidor a abrir mão de certos produtos e serviços para manter o básico, que são contas em dia e comida na mesa.

E o investidor, como fica?

O investidor que tem ações de big tech em sua carteira deverá, com a ajuda de sua gestora e de seus analistas de mercado, checar o quanto está posicionado em tecnologia e ver a viabilidade dessa cesta de ativos para os meses à frente.

Por um lado, a pandemia está diminuindo na China, mas, por outro lado, o ambiente macroeconômico não parece muito confortável para tomar risco. Desta forma, um rebalanceamento de carteira se faz necessário. E isso como medida primária. Outras medidas serão ponderadas ao longo do percurso, sempre com um olho no gráfico e o outro no noticiário. Essa é, inclusive, uma dica do megainvestidor Warren Buffett.

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