Nesta quarta-feira, 11 de setembro, completam-se 23 anos dos ataques às Torres Gêmeas dos Estados Unidos, episódio que, certamente, foi uma das maiores tragédias da história contemporânea mundial.
O fato marcou a humanidade, ceifando quase 3 mil vidas, e foi o estopim para grandes iniciativas dos Estados Unidos no combate ao terrorismo – sobretudo, ao líder do grupo terrorista responsável pelos ataques, Osama Bin Laden.
No mercado financeiro, os impactos foram sentidos no mundo inteiro. Enquanto os Estados Unidos fecharam as Bolsas de Valores por dias, no Brasil, o Ibovespa sofreu forte pressão nas vendas e chegou a acionar o circuit breaker.
Como aconteceu o ataque de 11 de setembro?
Eram 8h46 de uma terça-feira, 11 de setembro de 2001, quando o voo 11 da American Airlines colidiu com a Torre Norte do World Trade Center.
Pouco mais de 15 minutos depois, às 9h03, o voo 175 da United Airlines atingiu a Torre Sul.
O que inicialmente era tido como um grande acidente aéreo de proporções descomunais, se transformou na certeza de um ataque terrorista após um terceiro avião atingir o Pentágono. E um quarto ser derrubado no caminho para Washington.
Diante da tragédia que se instalou, a população dos EUA ficou em estado de choque, ao mesmo tempo em que telespectadores do mundo ficaram perplexos ao acompanhar o desmoronamento das Torres Gêmeas.
O número de vítimas fatais incluiu 2.606 pessoas no World Trade Center, 125 no Pentágono e 246 nos quatro aviões.
Além disso, um relatório de 2002 da Controladoria de Nova York estimou o custo dos danos físicos do 11 de setembro em US$ 55 bilhões.
Pregão de 11 de setembro: o fechamento da bolsa de valores de Nova York
No momento em que ocorreram os ataques, o pregão da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) ainda estava fechado.
Então, para evitar que o mercado de ações entrasse em colapso, a NYSE e a Nasdaq nem chegaram a abrir as negociações naquele dia. E permaneceram fechadas até 16 de setembro, o que representou a maior paralisação desde o crash de 1929.
Vale lembrar ainda que muitas corretoras e outras empresas do segmento financeiro tinham escritórios no World Trade Center e não foram capazes de funcionar na esteira da trágica perda de vidas e colapso de ambas as torres.
Em 17 de setembro, primeiro dia de negociação da NYSE após o atentado, o Dow Jones caiu 684 pontos, uma queda de 7,1%, batendo o recorde de maior perda para um dia de negociação.
No fechamento daquela semana, as bolsas americanas registraram uma das maiores perdas da história. O Dow Jones caiu mais de 14%, o índice S&P 500 perdeu 11,6%, enquanto o Nasdaq recuou 16%.
Simultaneamente, um valor estimado em US$ 1,4 trilhão foi perdido nos cinco primeiros dias após a retomada das negociações nas Bolsas americanas.
Como já era previsto, as ações mais impactadas pela derretimento do mercado foram no segmento de companhias aéreas e seguros.
As ações da American Airlines, que no dia 10 de setembro eram cotadas a US$ 29,70 por ação, recuaram 39% no fechamento do dia 17 de setembro.
Já os papeis da United Airlines passaram de US$ 30,82 para US$ 17,50, uma queda de 42%.
Em sentido contrário, o preço do ouro saltou quase 6%, refletindo a incerteza e a busca por segurança dos investidores em pânico.
O preço do gás e do petróleo também dispararam, à medida que surgiram temores de que as importações de petróleo do Oriente Médio seriam reduzidas.
Pregão de 11 de setembro: impacto na Bolsa Brasileira
No Brasil, a sessão da terça-feira, 11 de setembro, chegou a abrir normalmente, no entanto, seu funcionamento durou somente o período da manhã.
Em apenas uma hora após o início dos negócios, o Ibovespa havia derretido mais de 7%.
A Bolsa paulista suspendeu o pregão às 11h15, ao acionar o circuit breaker. No dia, o Ibovespa fechou em queda de 9,18%.
Cerca de 13% de todas as ações da Bolsa brasileira atingiram suas cotas mínimas dos últimos 12 meses naquele dia, o equivalente a 46 companhias.
A Bolsa no Brasil, assim como na maior parte do mundo, só voltou a funcionar no dia seguinte.