Como viver de renda?
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Notícias
Aliansce Sonae (ALSO3) envia nova oferta para BRMalls (BRML3). Será que vale a pena investir?

Aliansce Sonae (ALSO3) envia nova oferta para BRMalls (BRML3). Será que vale a pena investir?

O setor de shoppings centers foi um dos mais afetados pela pandemia de covid-19 devido ao baixo crescimento econômico e aumento da taxa de desemprego aliado com as restrições de distanciamento social, em que ficaram fechados por quase três meses. Além disso, a escalada da inflação e da taxa Selic no segundo semestre de 2021, enfraqueceu ainda mais o setor. 

Dito tudo isso, será que é uma furada investir em shoppings centers? Ou será que é uma oportunidade para comprar em um momento de baixa? O artigo irá apresentar um dos principais papéis do setor, a Aliansce Sonae (ALSO3), que está com um ousado plano de expansão e tem um grande potencial de valorização em 2022.

Para reforçar ainda mais o argumento sobre a compra ou venda da Aliansce Sonae, a companhia enviou mais uma vez, na manhã desta segunda-feira (14), uma oferta de fusão com a BRMalls (BRML3). A ALSO informa que deverá convocar uma assembleia extraordinária para deliberar sobre as condições apresentadas, visto que a empresa tem 5% das ações da BRMalls.

A proposta agora prevê aumento de 10,9% sobre as condições iniciais e acréscimo de R$ 500 milhões à parcela dada em “cash”, para R$ 1,85 bilhões.

Apesar do anúncio da Aliansce Sonae, a BRMalls emitiu um comunicado dizendo que não recebeu nenhuma proposta ou convocação de assembleia extraordinária para tratar sobre o assunto. Inclusive, a BRML3 ainda apontou que só ficou sabendo da oferta por meio do fato relevante da ALSO.

Saiba mais sobre a fusão entre Aliansce Sonae e BRMalls

Em janeiro, a ALSO anunciou ao mercado uma proposta de fusão de negócios com a BrMalls. No fato relevante, a Aliansce justifica a operação pela “capacidade de fortalecer os negócios da companhia combinada, aproveitando os talentos e as melhores práticas de cada uma das companhias, criando oportunidade única de geração de valor para os acionistas”.

Leia também: BRMalls (BRML3) rejeita Aliansce (ALSO3) e negocia com Gafisa (GFSA3), diz jornal

A proposta foi considerada uma “fusão de iguais”, já que os acionistas de cada grupo teriam uma participação de 50% no conglomerado formado. Contudo, a BrMalls rejeitou a proposta após a decisão unânime do conselho de administração que entendia que “subavalia, consideravelmente, o valor econômico justo da BrMalls e do seu portfólio de ativos”.

Apesar da negativa, uma notícia da Coluna do Broadcast, do Grupo Estadão, informa que a BrMalls considera ainda conversar sobre a possibilidade de fusão, mas com uma condição: negociar um prêmio de controle. 

Em meados de fevereiro, a Aliansce Sonae comprou 5,05% da participação da BRMalls já pensando em uma possível operação de combinação de negócio entre as duas. 

De acordo com os analistas do BTG Pactual (BPAC11), uma eventual fusão entre as empresas beneficiaria as empresas pelos seguintes aspectos:

  • sinergias (estimadas em R$ 210 milhões/ano (o que pode representar mais de 20% VPL para a companhia combinada); 
  • maior liquidez das ações (free float de ambas as companhias será combinados); 
  • melhor governança corporativa; 
  • portfólio mais forte de ativos (complementares); e (v) compartilhamento de melhores práticas, investimentos em tecnologia, etc.

O que a EQI Investimenos pensa?

De acordo com as informações da equipe da EQI Investimentos, a elevação da proposta de fusão da ALSO para a BRMalls pode aumentar a probabilidade os acionistas da segunda de empresa de aceitar a oferta. A nova proposta conta com os seguintes termos:

  • R$ 0,33 ações da Aliansce para cada BRMalls;
  • R$ 2,23 por ação da BRMalls;
  • Prêmio de 1,9% sobre o fechamento da BRMalls.

Diante disso, houve um aumento de aproximadamente de R$ 500 milhões da primeira oferta, com um valor total de R$ 1,85 bilhões; uma participação de 51,08% acionistas de BRML3 e uma dívida líquida da nova empresa de 2,75x EBTIDA. Com isso, a tendência é um alinhamento dos acionistas em aceitar a fusão.

Dessa forma, a EQI Research indica que é forte a expectativa de que agora seja aceita a proposta, com oferta maior. “Todo mundo bastante confiante que transação vai sair”, diz Luiz Moran, head da EQI Research.

Afinal de contas, quem é Aliansce Sonae (ALSO3)?

A Aliansce Sonae (ALSO3) é resultado da fusão, que foi realizada em agosto de 2019, entre a Aliansce Shopping Centers e a Sonae Sierra Brasil. Com a operação, a ALSO se tornou a maior administradora de shoppings centers do Brasil. 

Com isso, a nova empresa conta com um portfólio de 26 shoppings próprios e administrando mais 13 shoppings de terceiros, diversificado tanto geograficamente como em consumidores atendidos, indo desde o comércio mais popular até a alta renda.

Confira os principais shoppings administrados pela companhia: Boulevard Shopping Bauru; Parque D. Pedro Shopping; Franca Shopping Mall; Shopping Metrópole; Shopping Campo Limpo; Plaza Sul Shopping; Santana Parque Shopping; Shopping Taboão; Boulevard Shopping Campos; Caxias Shopping; Shopping Leblon; Carioca Shopping; Via Parque Shopping; Bangu Shopping; Shopping Grande Rio; Boulevard Londrina Shopping; Boulevard Shopping Belém; Boulevard Shopping Belo Horizonte; Uberlândia Shopping; Passeio das Águas Shopping; Boulevard Shopping Vila Velha; Boulevard Shopping Brasília; Shopping Parangaba; Shopping da Bahia; Manauara Shopping; e Parque Shopping Maceió.

Segundo a empresa, o foco da fusão foi a busca por sinergias e ganho de escala, aumentando as margens operacionais com o ganho de  escala e diminuição de despesas administrativas. 

O cenário de shoppings centers e a Aliansce Sonae

O ano de 2020 foi bastante complicado para o setor de shoppings centers. Além da diminuição do poder de compra da população brasileira, os estabelecimentos comerciais ficaram fechados por cerca de três meses. Com isso, muitas lojas fecharam e diminuíram consideravelmente o faturamento das empresas de shoppings. 

Apesar da tentativa de manter as atividades em funcionamento por meio do e-commerce durante o período de distanciamento social, as companhias não conseguiram bater de frente com as gigantes Amazon (AMZO34), Mercado Livre (MELI34) e Magazine Luiza (MGLU3)

Dessa forma, assim como todo o setor de shoppings centers, a ALSO3 sofreu uma forte queda com o início da pandemia. As ações da empresa carioca derreteram de R$ 54,90 para R$ 21,28, uma desvalorização de 157%. 

Após a primeira porrada que a pandemia deu, as atividades foram sendo retomadas aos poucos e o setor foi se recuperando. As vendas foram aumentando, as lojas voltaram a ocupar espaços nos shoppings. Claro que este movimento ajudou na recuperação parcial da companhia. 

No primeiro semestre de 2021, a economia brasileira apresentava sinais de recuperação e isso refletiu no Ibovespa. A maioria das ações conseguiram um bom ritmo de recuperação. A Aliansce Sonae conseguiu saltar de R$ 21,28, em maio de 2020, para R$ 32,07, em junho de 2021. Uma valorização de 33,64% em um pouco mais de um ano. 

Inflação e juros derrubam Aliansce Sonae

Depois de um primeiro semestre otimista com uma recuperação econômica e avanço da vacinação contra a covid-19, os últimos seis meses de 2021 foram decepcionantes. 

Para começar, a inflação acima de 10% volta a assombrar o brasileiro. Somente este fato econômico já indica uma diminuição de compra, mas há outro fator que atrapalhou o desempenho do segundo semestre, a escalada da taxa de juros. 

O ano de 2021 iniciou com uma taxa Selic cotada a 2% ao ano e terminou com 9,25%. A atuação do Banco Central foi para diminuir a inflação, mas a medida também provoca um enfraquecimento de toda a economia. 

A ALSO, por exemplo, sofreu com essa combinação que devastou todo o setor de varejo e shoppings centers na bolsa de valores. Os papéis da Aliansce Sonae caíram de  R$ 32,07 para R$ 19,18, uma queda de 67,20%. 

Ano de 2022 inicia positivo

Com um último biênio cheio de altas e baixas, há uma luz no fim do túnel para Aliansce Sonae. Há uma expectativa de que a curva de inflação comece a cair entre os meses de abril e maio. Dessa forma, o mercado entende que o ciclo de altas na taxa de juros aplicadas pelo Banco Central termine e comece um ciclo de redução.

Leia também: Os ciclos econômicos e os melhores investimentos para cada momento: entenda agora!

A combinação destes fatores promove um maior otimismo para empresas que atuam no segmento de shoppings. Ademais, o ano de 2022 pode ser marcado pela superação definitiva da pandemia de covid-19, que deve aumentar o fluxo de pessoas nos estabelecimentos comerciais e retornar aos antigos hábitos de consumo. 

Com essa expectativa, o mercado valorizou as empresas deste setor, visto que a Aliansce Sonae já valorizou 9,75% neste ano. Contudo, com o avanço da Guerra na Ucrânia, a companhia agora registra um pequeno prejuízo de 0,15%.

Conclusão

Investir na Aliansce Sonae ainda é uma operação de risco dado o conflito entre Rússia e Ucrânia que promoveu volatilidade no mercado. Mas alguns fatores, como queda na inflação e taxa de juros a médio prazo, corroboram para escolher a empresa para ingressar na carteira. Além disso, os planos de expansão da companhia indicam que ela está no caminho certo em setor com boas perspectivas para o futuro.