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Faculdades avançam no EAD, mas ainda sofrem com a pandemia

Faculdades avançam no EAD, mas ainda sofrem com a pandemia

O ensino a distância ganhou força com a pandemia e ajudou a compensar as perdas com o ensino presencial nas faculdades privadas.

O ensino a distância vem crescendo nos últimos anos e ganhou ainda mais força com a pandemia. Nos últimos balanços das companhias abertas, referentes aos resultados do terceiro trimestre de 2020, a Yduqs (YDUQ3) mostrou o melhor desempenho no segmento EAD.

Apesar da queda de 26,3% no lucro na comparação anual, a empresa ainda teve o trimestre no azul, com lucro de R$ 112,5 milhões mesmo com os impactos da pandemia.

Já a Cogna (COGN3) teve o maior prejuízo do terceiro trimestre enter as companhias do setor. A empresa registrou perda de R$ 1,29 bilhão, afetada por baixas contábeis de R$ 831 milhões. No mesmo período do ano passado, a Cogna havia lucrado R$ 20 milhões.

Outras duas empresas do setor que estão listadas em bolsa são a Ânima (ANIM3) e a Ser Educacional (SEER3).  A primeira reverteu prejuízo em lucro de R$ 1,8 milhão no terceiro trimestre.  Já a segunda amargou prejuízo contábil de R$ 27,9 milhões no período.

A receita líquida da Yduqs atingiu R$ 976,3 no terceiro trimestre de 2020. Isso equivale a uma elevação de 17,2% na comparação anual. A margem Ebtida foi de 36,3% no período, baixa de 2,3 pontos percentuais.

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De acordo com a empresa, contribuíram para este resultado a manutenção do forte crescimento das receitas do Ensino Digital (+55,7% a/a) e da Medicina (+19,3% a/a). Além disso, houve aumento das receitas do segmento presencial tradicional (ex-FIES e medicina) de 14,4% a/a.

A Ânima registrou prejuízo nos nove primeiros meses de 2020. Foram R$ 8 milhões de perda, ante um lucro de R$ 18,7 milhões no mesmo período do ano passado.  Mas, no terceiro trimestre, ela se recuperou. Reportou lucro líquido de R$ 1,8 milhão contra R$ 2,5 milhões de prejuízo no terceiro trimestre de 2019.

Levando em conta a receita líquida da companhia no trimestre, temos R$ 351 milhões de lucro no período, um avanço de 19,5% sobre a base anual. Segundo a empresa, essa evolução na receita líquida é explicada pela expansão via aquisições (12,2) e pelo aumento do ticket líquido (8,2%).

Apesar de ter uma estimativa maior sobre a captação de alunos EAD no segundo trimestre que a Ser, a Cogna dispara em queda na graduação presencial, com -60%.

Nesse ponto, a Ser Educacional se mantém sem resultados expressivos. Cai cerca de 20% em graduação presencial e cresce o mesmo valor em ensino a distância.

A base de alunos da empresa cresceu 12,4% no trimestre, atingindo 181,9 mil alunos. Mesmo assim, a receita líquida ficou em R$ 269,5 milhões no período, apontando retração de 6,7% em relação ao mesmo período de 2019.

De acordo com a Ser, a receita foi impactada pelos efeitos da Covid-19. Por conta da pandemia, houve aumento das taxas de evasão durante o ano e eles prolongaram o processo de captação e rematrículas para o mês de outubro.

Assim, parte do reconhecimento de mensalidades da  Ser desse trimestre ocorrerá no quarto trimestre de 2020.

COGN3 negativa no balanço do 3TRI20

De fato, o momento não é dos melhores para a Cogna. A companhia mostrou resultados fracos no último balanço.

O prejuízo líquido foi de R$ 1,292 bilhão no terceiro trimestre de 2020. O Ebitda foi negativo em R$ 610,048 milhões, contra R$ 511,548 milhões positivos no terceiro trimestre de 2019. Assim, a margem Ebitda passou de 33,7% para margem negativa de 48,6%.

Segundo a companhia, o prejuízo foi motivado pela queda do resultado operacional e a maior alavancagem financeira. Além disso, houve o reconhecimento de perda no valor recuperável de ativos (impairment) na unidade Saber e na divisão de outros negócios.

A companhia também sofreu baixa de imposto de renda diferido, lançamentos sem efeito caixa. Já o recuo do Ebitda decorre da queda de receita e do aumento no volume de provisionamento no ensino superior.

Cenário do ensino superior EAD no Brasil

O último Censo da Educação Superior, referente aos dados de 2019, apontou que quatro em cada dez ingressantes no ensino superior optam por cursos EAD.

O levantamento, feito pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostra que o modelo a distância tem ganhado cada vez mais espaço ano a ano. Já representa 28,4% do ensino superior no Brasil.

Em 2018, as matrículas em cursos EAD representavam 39,8% do total de estudantes. Já no ano passado, essa porcentagem subiu para 43,8%, conforme divulgou a Agência Brasil. Ao todo, 1,6 milhão do total de 3,6 milhões de matriculados em 2019 optaram pelo modelo online.

Se considerarmos apenas a rede privada de ensino superior, a porcentagem é ainda maior. Metade do total de estudantes desse segmento está no regime a distância. Considerando que 76% do total de alunos de nível superior está em universidades privadas, o número se mostra ainda mais expressivo.

Ao todo, o Brasil registrou 8,6 milhões de estudantes matriculados no ensino superior em 2019, ante 8,4 milhões em 2018. Desses, 6,5 milhões estão nas instituições privadas e 2,4 milhões em regime EAD.

De acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), o Brasil deve ampliar as matrículas no ensino superior até 2024. A determinação é de que, considerando a população de 18 a 24 anos, a taxa bruta de matrícula na educação superior seja de 50% e a taxa líquida, 33%. Hoje, essas taxas são, respectivamente, 37,4% e 25,5%.

Redução nas matrículas do ensino presencial

Ao passo em que a adesão aos cursos EAD cresce, o ensino presencial vem caindo. Mesmo sendo tradicional e o único modelo oferecido em diversas universidades, a modalidade foi de 60,1% das matrículas dos calouros em 2018 para 56,2%, em 2019.

Os dados de 2020 serão divulgados apenas no ano que vem. Mas, já se espera uma redução ainda maior no ensino presencial e consequente crescimento do EAD.  Com a pandemia do coronavírus, muitas pessoas optaram por já iniciar seus cursos de forma 100% ou parcialmente online.

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