A venda da Refinaria Landulpho Alves, localizada na Bahia, por parte da Petrobras (PETR3; PETR4), teve supostas fragilidades identificadas por uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU). O relatório revelou que a principal questão estava na venda da refinaria por um valor abaixo do mercado, sendo influenciada principalmente pela escolha do momento do negócio, ocorrido durante a pandemia de covid-19 e em um período de baixa cotação internacional do petróleo.
A refinaria foi rebatizada como Refinaria de Mataripe e foi adquirida pelo fundo Mubadala Capital, divisão de investimentos da Mubadala Investment Company, uma empresa de investimentos com sede em Abu Dhabi, pertencente à família real dos Emirados Árabes Unidos, por US$ 1,65 bilhão (equivalente a R$ 8,08 bilhões pela taxa de câmbio atual), de acordo com informação da Agência Brasil.
O relatório da CGU não afirmou categoricamente a ocorrência de perda econômica na transação, mas questionou a escolha do timing, argumentando que a Petrobras poderia ter aguardado a recuperação do mercado internacional de petróleo.
A CGU destacou que a venda ocorreu em meio a uma “tempestade perfeita”, caracterizada pela combinação de incerteza econômica e volatilidade provocadas pela pandemia, previsões pessimistas para o crescimento econômico no final de 2021 e alta sensibilidade das margens de lucro, resultando em uma maior perda de valor.
Em resposta, a Petrobras defendeu a utilização de cenários como prática comum e adequada, reconhecendo, no entanto, suas limitações. A estatal afirmou que as projeções foram feitas com consistência, mas reconheceu que a pandemia tornou a análise mais desafiadora. A empresa concordou em avaliar melhorias sugeridas, incluindo a medição de probabilidade em futuras análises.
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Petrobras (PETR3; PETR4): venda de asfalto
As vendas de asfalto da Petrobras atingiram recorde em 2023. Foram comercializadas 2,5 milhões de toneladas do produto, a maior quantidade desde 2014.
O desempenho obtido se deve à eficiência e disponibilidade operacional do parque de refino de atender à demanda decorrente de obras de pavimentação do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e dos órgãos estaduais e municipais correlatos, além das concessões rodoviárias. O asfalto é vendido a distribuidoras, que comercializam o produto junto aos clientes finais.
De acordo com o diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras (PETR3; PETR4), William França, “o recorde de vendas de asfalto atesta o empenho em investir no refino para atender aos compromissos comerciais.”