As ações da Smartfit (SMFT3) encerraram esta sexta-feira (9) em forte queda de 4,75%, cotadas a R$ 22,26, pressionadas por uma operação bilionária envolvendo a venda de participação relevante da gestora de investimentos Pátria.
A movimentação ocorreu por meio de um block trade, modalidade de negociação em bloco geralmente realizada entre grandes investidores institucionais, e somou mais de R$ 2 bilhões — um volume expressivo para os padrões da B3.
Até então, o Pátria detinha cerca de 30% da rede de academias, fatia que corresponde a quase R$ 4,4 bilhões considerando o atual valor de mercado da Smartfit, avaliado em aproximadamente R$ 14,8 bilhões.
Com a venda, a gestora reduziu drasticamente sua exposição à companhia, provocando uma reação negativa entre os investidores, que enxergaram o movimento como um possível sinal de saída estratégica ou reavaliação do potencial de valorização futura da empresa.
Vendas da Smartfit impactam volume negociado no dia
A venda do Pátria também teve impacto relevante sobre o volume financeiro total negociado na bolsa nesta sexta-feira, que chegou a R$ 29,7 bilhões — impulsionado principalmente pela operação envolvendo as ações da Smartfit, que sozinha movimentou R$ 2,7 bilhões. Para efeito de comparação, o volume de negociações com as ações preferenciais do Itaú (ITUB4), que subiram 5,41% após resultados robustos no primeiro trimestre, foi inferior: cerca de R$ 2 bilhões.
O movimento de venda das ações da Smartfit ocorreu um dia após a divulgação de um balanço financeiro considerado positivo pela companhia. No primeiro trimestre, a rede registrou lucro líquido recorrente de R$ 141 milhões, alta de 22% em relação ao mesmo período do ano anterior. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 32%, atingindo R$ 520 milhões, com uma leve queda na margem, de 31,4% para 31%.
Além disso, a base de clientes da rede cresceu 16%, atingindo 5,25 milhões de usuários, e a receita líquida avançou 33%, somando R$ 1,68 bilhão. A expansão física da empresa também impressiona: nos últimos 12 meses, foram abertas 290 academias, totalizando 1.760 unidades em 15 países da América Latina. A empresa reiterou a projeção de abrir entre 340 e 360 novas unidades até o fim do ano.
Apesar dos números promissores, a saída do Pátria aumentou a cautela entre investidores, levantando dúvidas sobre o papel.






