O banco UBS rebaixou a recomendação das ações da Braskem (BRKM5) para venda, com redução do preço-alvo de R$ 28 para R$ 20, sob a alegação de que a empresa segue fortemente impactada pela deterioração do setor petroquímico por mais tempo que o esperado.
No balanço do segundo semestre de 2023, a Braskem reportou prejuízo de R$ 771 milhões, queda de 45% em relação ao mesmo período do ano passado, quando havia obtido prejuízo de R$ 1,4 bilhão. No acumulado do ano, o prejuízo apurado é de R$ 581 milhões, contra lucro de R$ 2,4 bilhões do mesmo período de 2022.
Segundo o UBS, a expectativa do mercado era que o pior momento do setor tivesse ficado no quarto trimestre de 2022, mas desde então os spreads dos produtos petroquímicos continuaram a se deteriorar, com projeções 20% a 30% menores do que as anteriores para o segundo semestre deste ano e de 2024. Isso causou a revisão para baixo nas contas para a Braskem e, por extenso, no preço-alvo das ações.
No polietileno de nafta, por exemplo, os preços devem ficar entre US$ 250 e US$ 270 por tonelada no próximo ano, 50 a 60% abaixo da média histórica. No polietileno de etanol, os preços devem ficar de US$ 650 a US$ 700, 20% a 30% abaixo da média; no propileno, a tonelada deve ficar em US$ 441, 30% abaixo da média.
Os analistas do banco mencionam ainda que o cenário reduz a possibilidade de a Novonor (antiga Odebrecht) vender sua parte na Braskem, já que a queda nos preços tornaria o negócio pouco atraente aos atuais acionistas.
Depois de uma forte queda no início do pregão da B3, chegando ao piso de R$ 21,25, as ações da Braskem (BRKM5) se recuperaram ao longo do dia e às 16h30 eram negociadas em alta de 0,22% em relação à véspera, a R$ 22,24.