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      Taylor Swift no Brasil: o suficiente para salvar T4F (SHOW3)?

      Taylor Swift no Brasil: o suficiente para salvar T4F (SHOW3)?

      Cláudia Zucare

      Cláudia Zucare

      14 Nov 2023 às 14:30 · Última atualização: 14 Nov 2023 · 8 min leitura

      Cláudia Zucare

      14 Nov 2023 às 14:30 · 8 min leitura
      Última atualização: 14 Nov 2023

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      A cantora norte-americana Taylor Swift desembarca no Brasil nesta semana com seis shows esgotados, no Rio de Janeiro e em São Paulo. O evento, promovido pela Time for Fun (SHOW3), teve ingressos vendidos no valor de R$ 190 a R$ 1.050, sem contar os pacotes VIP, que chegavam a ultrapassar os R$ 2 mil. Isso é o suficiente para aliviar o cenário nebuloso que atinge a T4F?

      O ano de 2023 pareceu como um grande respiro para a T4F, com a oferta e demanda por shows restabelecida após o impacto expressivo da pandemia de covid-19. Mas, neste ano, a empresa anunciou o fim do contrato com uma de suas principais fontes de receita, o festival Lollapalooza – e terá de lidar com isso em 2024.

      A empresa promoveu o festival no Brasil pela última vez neste ano. O contrato não foi renovado e o festival agora será realizado pela Live Nation, a mesma companhia responsável pelo Rock in Rio. Na época, a T4F afirmou que seguiria com uma atuação intensa em festivais como o espanhol Primavera Sound, que chegou no Brasil em 2022, e o Turá, focado em música brasileira.

      No terceiro trimestre de 2023, a T4F registrou lucro líquido de R$ 3,7 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 8,8 milhões do mesmo período do ano passado. 

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      Taylor Swift e The Eras Tour: qual o impacto na T4F?

      Desde o segundo trimestre de 2023, a T4F vem reportando resultados com o impacto dos shows de Taylor Swift sobre seus números. No período, a companhia responsável pelas vendas dos ingressos da The Eras Tour reportou lucro líquido de R$ 16,3 milhões, com alta de 89% na base anual. 

      O 2TRI23 foi influenciado positivamente por um valor mais alto de contas a receber, com a concentração de vendas de ingressos para a cantora no cartão de crédito em junho.

      A dívida líquida da companhia, de R$ 18 milhões ante caixa líquido de R$ 103,6 milhões, foi descrita como um efeito “temporário”, devido aos custos com os shows de Taylor no Brasil, algo normalizado no 3º trimestre, conforme previsto.  

      Apesar dos altos custos com a cantora, que é hoje uma das mais caras do mundo, o evento teria um bom retorno para a empresa. Carlos Herrera, estrategista-chefe da Condor Insider, diz que para os artistas internacionais, o Brasil é relevante. 

      Os ingressos vendem rapidamente. Em termos de tamanho e engajamento, os fãs brasileiros pagam bem para ir em um show. Isso também permite a vantagem de a empresa receber o dinheiro antes de ter de gastar. A companhia sempre consegue ter um caixa líquido dessa forma e compensar ajustes inflacionários”, explica.

      A questão da escala também permite eventos dessa magnitude no país de maneira mais rentável, observa o especialista.

      Na divulgação dos resultados do 3TRI23, a T4F mostrou que soube aproveitar a demanda reprimida do público por shows e agora, pela primeira vez desde o início da pandemia, completa nove meses com faturamento superior ao período equivalente de 2019.

      No acumulado de 2023 até o terceiro trimestre – período que inclui as vendas de ingressos para a passagem da turnê de Taylor Swift pelo Brasil –, a T4F teve uma receita líquida de R$ 361,1 milhões, o que representa uma alta de 28% em relação ao mesmo período do ano passado e de 17,4% em comparação ao mesmo intervalo de 2019. 

      Contudo, os shows da The Eras Tour contribuíram negativamente para o capital de giro da T4F no 3TRI23, que foi para R$ 139,6 milhões negativos no período, contra R$ 26,5 milhões positivos no trimestre anterior.

      Crise da T4F

      E até quando o impacto positivo de Taylor Swift deve durar? Com o anúncio da vinda da cantora ao Brasil, a T4F voltou aos holofotes do público e do mercado. Em junho, as ações da companhia ficaram em alta por semanas, chegando a subir 90%, e mostrando certo alívio diante de quedas consecutivas. 

      No acumulado dos últimos seis meses, de maio a novembro, a valorização dos papéis SHOW3 é de 69,18%. 

      Desempenho das ações da T4F (SHOW3) nos últimos 6 meses

      Carlos Herrera relembra que de outubro a abril muitas empresas fizeram parte de um pessimismo muito grande do mercado, que envolveu cenário juros muito altos, mudança política com a troca de governo etc. “Em junho, esse cenário começou a mudar, e o mercado como um todo passou a ficar mais otimista”, pontua.

      O caso da T4F envolve uma crise de anos – não é algo novo, segundo o estrategista da Condor Insider. “Desde o IPO, em 2011, a empresa decepciona o mercado em função de promessas que não foram cumpridas e também pela particularidade do negócio. Há problemas graves de governança, que tentam consertar – e muitas vezes, nessas tentativas, até pioram. No longo prazo, tem tido pouco avanço”, comenta.

      Outro fator que prejudica o desempenho da T4F é o setor, considerado difícil por especialistas, e diversas crises podem atingi-lo, como foi o caso da pandemia de Covid-19 – e, antes disso, a H1N1. 

      Mas os problemas da T4F vêm antes disso. “A empresa já enfrentava uma crise de geração de caixa e de conversão – é um problema persistente. A empresa tem uma estrutura financeira boa, mas isso não se reflete em uma distribuição de dividendos aos acionistas. Provavelmente porque é controlada por um fundador que não tem 50% mais 1 ação, então ele consegue ser remunerado por outras vias que não os proventos”, explica Herrera.

      Outro fator que dificulta a operação da T4F são as crises internacionais. A operação está presente em diversos outros países, como sob a marca Ticketek no Chile e na Argentina, portanto instabilidades dificultam o andamento dos negócios.

      Enrico Cozzolino, sócio e head de análise da Levante Investimentos, avalia que a alta da ação da T4F vem em linha com uma perspectiva de recuperação de fluxo de caixa da companhia e arrecadação de novas parcerias para a empresa, além de mudanças internas, entre o fundador e o CEO da companhia. 

      Em maio deste ano, o conselho de administração da Time For Fun elegeu Serafim Magalhães de Abreu Junior para ser o novo CEO, após o fundador e acionista controlador Fernando Alterio renunciar ao cargo.

      O que esperar daqui para frente

      Antes da pandemia, uma série de empresas internacionais já tentava entrar no Brasil. O mercado, para o setor de entretenimento, é relevante em termos de tamanho, escala, cultura e economia interna nas principais capitais.

      É o caso da Eventim, que chegou no Brasil em 2016, mas teve um salto em suas vendas após o auge da pandemia. Apenas em 2022,  a empresa vendeu mais ingressos do que todos os outros anos juntos no Brasil.

      Este mercado, anteriormente dominado pela T4F, ganha outros players tão relevantes quanto atualmente. A primeira evidência disso é a mudança considerável nos termos de realização do Lollapalooza, maior festival de música realizado no país: desde sua chegada no Brasil, o evento era produzido pela T4F; a partir de 2024, quem fica responsável é a Live Nation. 

      Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, pontua que o contrato com o Primavera Sound deve buscar um desempenho e popularidade tão relevantes quanto o festival norte-americano tinha para a T4F. Para isso, deve conseguir atrair um público significativo e gerar receitas comparáveis ou superiores às do Lollapalooza.

      Herrera reforça que a T4F já avistava concorrência alta, quando diversos executivos relevantes da própria empresa começaram a migrar para concorrentes internacionais ou a montar suas operações, mas de segmentos específicos. “Por exemplo, um executivo monta sua própria empresa de sertanejo. Se a T4F não é forte neste setor, começa a sentir pressões em diversas regiões”, elucida Herrera. 

      Vale lembrar que a Live Nation era uma parceira da Time For Fun. Hoje é uma concorrente.

      Gonçalvez complementa que a T4F precisa ser um player “camaleão” no setor e adaptar sua estratégia para se manter relevante. “Isso pode envolver parcerias estratégicas, a busca por artistas exclusivos e a inovação na experiência do público para se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.

      Para Enrico Cozzolino, demanda aquecida, superlotações, eventos mal programados, capacidades ultrapassadas e a entrada de novos players é reflexo da vontade das pessoas por mais eventos no país. 
      “É o que chamamos de copo meio cheio, nesse caso. O copo meio vazio é ter de dividir a fatia do bolo com outros players – e como vão se posicionar neste momento pós-pandemia.”

      Cláudia Zucare null

      Cláudia Zucare

      Editora-chefe

      Jornalista formada pela Cásper Líbero, com pós-graduação em Jornalismo Econômico pela PUC-SP, especialização em Marketing Digital pela FGV, MBA em Finanças e Educação Financeira pela Unisinos, e extensão em Jornalismo Social pela Universidade de Navarra (Espanha), com passagens por IstoÉ Online, Diário de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e Editora Abril.

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