O mercado de tecnologia está desconfiado de uma artimanha que pode estar sendo implementada pelo megaempresário Elon Musk. Os investidores querem saber se o supercharger, carregador da Tesla, vai roubar dados dos concorrentes?
A fabricante de carros elétricos é comandada por Musk e está listada na Nasdaq, a bolsa pesada em tecnologia, sob o ticker TSLA. Os brasileiros que se interessam pelo ativo podem adquirir o BDR TSLA34 diretamente na bolsa brasileiro. Estes são certificados que replicam a ação norte-americana.
Em relação ao carregador, na última semana o executivo anunciou investimentos de US$ 1 bilhão no projeto Dojo – como é chamado o supercomputador que está sendo desenvolvido pela montadora para lidar com grandes quantidades de dados, necessários para criar um software de direção autônoma.
Esse aporte já traz algum ponto de inflexão por parte dos analistas, visto que possivelmente forçará a fabricante de veículos elétricos a reduzir, novamente, o preço dos automóveis. A firma fez isso recentemente e as vendas dispararam, mas, em contrapartida, a margem operacional ficou apertada.
Esses números podem ser vistos no balanço da montadora. A Tesla obteve lucro líquido 30% maior no segundo trimestre de 2023 (2TRI23), com US$ 2,7 bilhões. O resultado equivale a um ganho de US$ 0,91 por ação em termos ajustados. A margem bruta caiu de 25% para 18,2%.
Supercharger, carregador da Tesla
Em se tratando do Supercharger, que é o carregador da Tesla, há rumores que Musk pretende captar dados dos concorrentes que compartilharem da ampla rede de 12 mil pontos de recarga super-rápida da companhia. Os especialistas mencionam o chamado fator Big Data.
Vale lembrar que o Supercharger está disponível em rodovias e pontos estratégicos de grandes cidades, e ele leva apenas 15 minutos para adicionar 518 km de autonomia para os carros elétricos, enquanto os proprietários de outras marcas precisam usar carregadores públicos, mais escassos, lentos e cercados de problemas de confiabilidade.
Em fevereiro deste ano a montadora firmou acordo com o governo americano para disponibilizar a rede de carregamento de bateria para montadoras rivais, após pressão do presidente Joe Biden.
No mês seguinte, quando anunciou a primeira parceria, com a Ford, o empresário disse que o seu objetivo era “apoiar a eletrificação e o transporte sustentável em geral”.
Depois da Ford, General Motors (GM), Rivian, Volvo, Polestar, Mercedes-Benz e, agora, a Nissan fizeram acordo com a Tesla para que os carregadores de seus veículos elétricos sejam vendidos com um adaptador, conhecido pela sigla NACS, para ser usado no Supercharger.
Componentes do Supercharger
Na prática, há componentes do Supercharger preparados para essa finalidade, visto que o trio de orifícios maiores do carregador da Tesla é para eletricidade. Mas outros dois menores são portas de dados, que podem rastrear não só os dados sobre os carros plugados como informações de seus usuários.
Ou seja, quando o Supercharger é acionado, ele não coleta apenas o estado e a taxa de carga das baterias de um carro, visto que no emparelhamento o recurso pode obter dados como o número de identificação do veículo e informações do cartão de crédito do motorista, além da eficiência do sistema de freios até a frequência com que o ar-condicionado é acionado.
O fato está ganhando repercussão internacional, mas Musk não se manifestou acerca disso até o momento.
Bolsa
Por volta das 14h50 o BDR TSLA34 avançava 1,98%, cotado em R$ 39,57.

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