O banco BTG Pactual (BPAC11) mantém recomendação de compra para SLC Agrícola (SLCE3), com preço-alvo de R$ 24, após a divulgação das projeções da companhia para a próxima safra. Para o banco de investimentos, o guidance da SLC veio amplamente em linha com as expectativas, com uma surpresa positiva vindo dos menores custos unitários, principalmente para soja e milho.
“Alguns investidores expressaram preocupações sobre a falta de chuvas em Mato Grosso, que pode impactar a produtividade da segunda safra da SLC. No entanto, acreditamos que o guidance deva aliviar essas preocupações. Nesta breve nota, destacaremos os principais aspectos do guidance e como eles se comparam às nossas previsões”, ressalta o BTG.
SLC (SLCE3): área plantada deve ficar pouco acima das projeções
De acordo com o documento, a SLCE3 espera um total de 737 mil hectares, ficando 1% acima das estimativas BTG -, recuperando-se do ano passado, conforme o esperado. A safra de soja 2023/24 foi afetada pelo El Niño, o que levou a uma redução na área plantada.
“No entanto, como tais distúrbios climáticos são eventos isolados e não a nova norma para o negócio, esperávamos que os recentes contratos de arrendamento aumentassem a área plantada registrada na safra 2022/23. E foi exatamente isso que aconteceu. A SLC projeta que as áreas plantadas de algodão, soja e milho aumentem 2,5%, 19% e 25% a/a, respectivamente, enquanto outras culturas devem diminuir 12%”, aponta o banco.

As estimativas da empresa estavam amplamente alinhadas com as áreas plantadas de algodão e soja, mas o milho ficou 10% abaixo, compensado por ganhos em outras culturas. No entanto, a produtividade do milho foi considerada uma surpresa positiva, ficando 6% acima das expectativas do banco, resultando em uma produção total de milho apenas 4% abaixo.
O principal destaque positivo, e o aspecto ao qual o banco acredita que os investidores devem prestar muita atenção, foi a previsão de redução nos custos de produção. Os custos por hectare devem cair 3% a/a para o algodão e 8% para a soja e o milho.
“Nossas estimativas foram mais conservadoras, esperando apenas uma ligeira queda em relação ao ano passado, tornando a orientação notavelmente mais favorável. Os custos/ha da soja ficaram 6% abaixo das nossas previsões, e o milho 7% abaixo. Considerando a produção total, os custos unitários do algodão estiveram alinhados com os nossos, mas os custos unitários da soja e do milho ficaram 6% e 13% abaixo”, diz trecho do relatório.
Reduções de custos devem ser bem recebidas
Num momento em que os preços das commodities estão relativamente baixos, essas reduções de custos devem ser bem recebidas pelo mercado. Dado que o ano passado foi desafiador para os negócios agrícolas, com a rentabilidade da soja e do milho quase no ponto de equilíbrio, esse novo guidance aumenta a confiança de que a próxima safra poderá trazer a rentabilidade dos agricultores aos níveis históricos.
“Embora os preços mais baixos das commodities possam exercer alguma pressão sobre a ação no curto prazo, vemos isso como uma boa oportunidade de investimento a longo prazo. A empresa está negociando com um rendimento de fluxo de caixa livre (FCF yield) atrativo de 9% para 2025 e 11% para 2026, e acreditamos que esses números podem parecer ainda melhores uma vez que incorporarmos a nova orientação de custos em nossas estimativas”, completa o BTG.
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