
Trade da eleição: 10 ações para estar posicionado
23 Jan 2023 às 11:35 · Última atualização: 23 Jan 2023 · 8 min leitura
23 Jan 2023 às 11:35 · 8 min leitura
Última atualização: 23 Jan 2023
A Simpar (SIMH3) está se organizando para acessar os mercados internacionais.
A companhia é uma holding e detém embaixo de seu “guarda-chuva” outras seis empresas. São elas: JSL (logística rodoviária), Vamos (locação de caminhões e máquinas), CS Brasil (gestão e terceirização de frotas para o serviço público, Original (concessionária de veículos leves), BBC (leasing), e Movida (locadora de veículos).
Pode-se dizer que a companhia foi fundada em Mogi das Cruzes, interior paulista, em 1956 quando o imigrante português Julio Simões iniciou as operações da Transportadora Julio Simões Ltda., hoje JSL.
Ele fazia o trecho Mogi-Rio de Janeiro e a cada quilômetro rodado enxergava à sua frente uma rodovia de oportunidades. O que começou com um caminhão e um negócio familiar transformou-se em uma empresa robusta logo nos primeiros 16 anos.
Isso porque bastou pouco mais de uma década e meia para a JSL adquirir a Transcofer, uma transportadora concorrente e que era três vezes maior que sua adquirente.
Com pulso firme na boleia e ousadia empresarial, na década de 1970 a empresa já contava com mais de 40 caminhões. Os movimentos de expansão naquele período contaram com o apoio de instituições financeiras que apostaram no negócio.
A atratividade do grupo aliada a uma gestão coesa cativou bancos de investimento que acabaram financiando o crescimento da organização, o que mostra que trabalho duro, visão de negócios e resiliência são essenciais para quem quer empreender.
O grupo já ultrapassou a terceira idade, mas a visão de negócio continua aguçada. Com boa parte de sua diretoria renovada, a empresa pretende alcançar a América do Norte e Europa. E isso é bem possível, pois, com 66 anos de atuação, mantêm as parcerias de quando começou e ainda trouxe para perto outras instituições financeiras que apoiarão o projeto.
Cabe destacar, ainda, que nas últimas seis décadas o grupo adquiriu muitas empresas que foram absorvidas pela holding – somente em 2021 foram 18 – e transferiu sua sede do interior paulista para a capital. A meta, agora, é ter 35% de sua receita em outras moedas (internacionalização).
O movimento de diversificação faz parte da governança do grupo, além de ser, em certa medida, um retorno às origens, já que o fundador deixou a terra de Camões para empreender do outro lado do Atlântico.
Tanto quanto escolhido, o Brasil acabou sendo beneficiado com uma das maiores empresas do segmento logístico, que gera emprego e renda e, assim, ajuda a fazer a roda da economia girar. Pode-se dizer, ainda, que o setor em si leva uma grande parte do país “nas costas”, ao transportar em sua carroceria aquilo que é produzido de norte a sul.
Mas, para chegar a esse patamar, o grupo trabalha com alvos bem definidos e, mais que isso, ousados. Para os anos à frente, pretende expandir sua receita bruta, chegando a R$ 35,5 bilhões. Para tal, vai continuar pela avenida das Fusões e Aquisições (M&A), sempre cuidando em manter o pé “calibrado” para não arriscar na ultrapassagem.
Quem se senta na boleia é Fernando Antônio Simões, filho do fundador do grupo, cujo lucro alcançou R$ 1,53 bilhão em 2021, e a ele cabe a responsabilidade de conduzir a frota até o destino. O GPS, por sua vez, é um plano de ação bem traçado. A viagem está em curso.
A boa avaliação acerca da companhia não se dá apenas por parte daqueles que acompanham a expansão da empresa e admiram sua gestão e resultados. Também há análise profissional envolvida, visto que dia 15 de julho a agência de classificação de risco Fitch elevou o rating de crédito em moeda estrangeira da Simpar.
Assim, a holding passou de BB- para BB, e a agência citou, no relatório, a estrutura de custos e a receita baseada em contratos de longo prazo para a maioria dos negócios, o que reduz a sensibilidade aos ciclos econômicos no Brasil.
Uma das empresas da Simpar, a Movida (MOVI3) está sempre no radar do investidor, sendo uma de suas ações preferidas. Isso não significa que ela não sofra com o pessimismo do mercado, cujas variáveis levam em consideração o ruído político e a alta constante dos combustíveis.
Tanto é assim que em 1º de junho de 2022 seus papéis alcançaram o último topo recente na análise gráfica, marcando R$ 17,87 e, a partir de então, começou um movimento de queda, até atingir o fundo em 12 de julho de 2022, marcando R$ 11,89.
Desde então, a ação virou a chave. Muita gente considera um bom ponto de entrada e passa a operar esses papéis com a finalidade de vê-los subirem ainda mais. Inclusive, sua escalada parece ser uma tendência do ponto de vista do gráfico. Mas ninguém pode afirmar isso, apenas especular.
Para a EQI Investimentos, o mercado de seminovos está aquecido, com volume e margens elevados. Neste cenário, há uma renovação por vir, o que favorece a estratégia de expansão da Movida.
Nos últimos anos, a companhia adotou uma estratégia de maior risco, expandindo os negócios com renovação acelerada da frota e buscando maior poder de negociação junto aos fornecedores.
O cenário foi particularmente favorável para essa estratégia, com aumento da demanda e valorização dos seminovos. Assim, conseguiu expandir e melhorar seu desempenho operacional com menor investimento.
Contudo, mesmo com a diminuição das diferenças operacionais em relação às principais concorrentes, as ações MOVI3 ainda negociam com um desconto significativo comparadas a Localiza (RENT3) e Unidas (LCAM3).
Vale destacar, ainda, que desde 2016, o mercado de locação de veículos tem crescido 10,2% ao ano em média. Ao mesmo tempo, o número de emplacamentos encolheu em média 5,1% ao ano.
Isso se deve a mudanças estruturais nos hábitos dos consumidores, que passaram a preferir não ter a posse do automóvel, alugando ou usando soluções de transportes alternativas quando necessário.
Para a EQI, o mercado de locadoras de veículos está em consolidação, com as três principais empresas aumentando sua participação de mercado.
Inclusive, a Movida foi, dentre as grandes no setor, a que mais ganhou mercado sobre as pequenas empresas locadoras regionais, com crescimento de 840 bps entre 2018 e 2021.
A Movida reportou lucro líquido de R$ 93,7 milhões no terceiro trimestre, queda de 63,9% sobre igual período de 2021.
No balanço, a empresa informou que o resultado foi impactado negativamente pela elevação contínua da taxa de juros, o que levou a um aumento das despesas financeiras líquidas.
No entanto, a receita Líquida foi de R$2,6 bilhões no 3TRI22, com crescimento de 66,1% em relação ao 3TRI21 . A receita líquida de locação de veículos expandiu 65% e atingiu R$1,2 bilhão no 3TRI22.
A empresa também divulgou a conquista de 1,1 milhão de novos clientes e a frota total alcançou 213 mil carros, crescimento de 26,4% em relação ao 3TRI21.
O Ebitda foi de R$ 925,3 milhões no 3TRI22 (+50,9% versus o 3TRI21), sendo R$ 789,1 milhões vindos
de locação (vs R$426,2 milhões no 3TRI21, crescimento de 85,1%).
No 3TRI22, a Simpar obteve lucro líquido de R$ 111 milhões, queda de 71% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A receita bruta foi R$ 7,6 bilhões; quando anualizada, totalizou R$ 30,3 bilhões e ilustra o novo patamar de escala do grupo. O Ebitda no trimestre atingiu recorde de R$ 1,9 bilhão, 66% acima do 3TRI21
e 14% superior ao 2TRI22.
O conteúdo foi útil para você?
Trade da eleição: 10 ações para estar posicionado
Autorizo o envio das minhas informações de acordo com os termos de uso.
Editorias