A B3 divulgou nesta segunda-feira (18) a segunda prévia da carteira teórica do Ibovespa, índice que reúne as ações mais relevantes da bolsa brasileira. O levantamento confirmou a entrada da Cury Construtora (CURY3), com peso de 0,210% no portfólio, e a exclusão da São Martinho (SMTO3), do setor sucroalcooleiro. A terceira e última prévia será conhecida no dia 29 de agosto, e a nova carteira entrará em vigor a partir de 1º de setembro.
Com a nova composição, os papéis de maior influência continuam concentrados em empresas de grande liquidez e peso no mercado: Vale ON (VALE3) segue líder, com participação de 11,072%, seguida por Itaú Unibanco PN (ITUB4; 8,198%), Petrobras PN (PETR4; 6,475%), Petrobras ON (PETR3; 4,180%) e Bradesco PN (BBDC4; 3,982%). Esses ativos, sozinhos, representam quase 34% de todo o índice.
O que é e como funciona a carteira teórica do Ibovespa
A carteira teórica do Ibovespa é uma simulação de portfólio, elaborada pela B3, que mostra quais ações — e em qual proporção — formam o principal índice de ações do país. Ela funciona como um termômetro do mercado, já que reflete o desempenho médio das empresas mais negociadas e serve de referência para gestores de fundos de investimento, analistas e investidores individuais.
Para integrar a carteira, as companhias precisam atender a requisitos de liquidez e relevância, como:
- Estar presente em pelo menos 95% dos pregões no período de vigência das últimas três carteiras (aproximadamente 1 ano);
- Movimentar pelo menos 0,1% do volume financeiro total do mercado à vista nesse mesmo período;
- Figurar entre os papéis que, em ordem decrescente, representam 85% do Índice de Negociabilidade (IN), que mede o volume negociado de cada ativo.
Além disso, empresas com ações classificadas como penny stocks (cotadas abaixo de R$ 1,00) não podem integrar o índice.
Como são feitas as prévias
A B3 divulga três prévias antes da divulgação oficial da nova carteira do Ibovespa. A 1ª prévia é publicada no primeiro pregão do último mês de vigência da carteira em vigor; a 2ª ocorre logo após o dia 15 do mesmo mês; e a 3ª é anunciada no penúltimo pregão de vigência da carteira. Esse processo garante transparência ao mercado, permitindo que investidores e fundos ajustem suas estratégias conforme a evolução da composição do índice.
Impacto para investidores
Embora uma entrada ou saída na carteira não altere os fundamentos de uma empresa, a inclusão no Ibovespa tende a aumentar a visibilidade e a atratividade de seus papéis, já que diversos fundos e ETFs (fundos de índice) replicam a carteira teórica. Por outro lado, companhias excluídas podem enfrentar redução na liquidez e pressão negativa sobre as cotações no curto prazo.