A Arsesp, agência reguladora de serviços públicos do Estado de São Paulo, aprovou a base de ativos regulatórios (RAB) da Sabesp (SBSP3) para 2023 e 2024. A RAB de 2023 foi definida em R$ 78,5 bilhões, enquanto a de 2024 alcançou R$ 88 bilhões (incluindo fundos municipais previstos). O valor ficou um pouco abaixo da estimativa do BTG Pactual (BPAC11), que projetava R$ 89,6 bilhões.
De acordo com o banco, o resultado é positivo, pois representa uma importante redução de risco antes do reajuste tarifário previsto para 2026. Trata-se também da primeira aprovação de base de ativos desde a privatização da companhia no ano passado.
Com isso, o reajuste tarifário final de 2026 deverá ser divulgado nas próximas semanas. Por ser a primeira revisão tarifária sob a nova estrutura regulatória pós-privatização, o processo é considerado um marco relevante para a companhia de saneamento, segundo o BTG. Também são aguardados esclarecimentos sobre a metodologia de reconhecimento de capex na RAB, aprovada pela Arsesp no fim de 2024.
Para o Santander (SANB11), a aprovação representa uma vitória para a Sabesp. O banco avalia o evento como fundamental para a redução de riscos, reforçando o potencial de valorização das ações.
“Mais importante, vemos o RAB como um bom começo, pois isso reduz a percepção de risco em relação à primeira revisão após a privatização da empresa, que é uma variável-chave para a geração de fluxo de caixa de longo prazo. As tarifas finais devem ser divulgadas nas próximas semanas”, afirma trecho do relatório da instituição financeira, escrito pelos analistas André Sampaio, Guilherme Lima e João Pedro Herrero.
Diante desse cenário, o BTG reiterou a recomendação de compra para Sabesp, com preço-alvo de R$ 140.
Sabesp: valorização de 60% em um ano
Nos últimos 12 meses, as ações da Sabesp registraram valorização de aproximadamente 60%, subindo de cerca de R$ 88 para o patamar atual de R$ 142.
No terceiro trimestre de 2025 (3TRI25), a empresa reportou lucro líquido de R$ 2,16 bilhões, queda de 64,7% frente aos R$ 6,11 bilhões registrados um ano antes. O recuo está ligado, principalmente, à ausência dos efeitos extraordinários contabilizados em 2024, quando a companhia reconheceu uma indenização de R$ 8,8 bilhões referente a ativo financeiro.
A receita líquida de serviços de saneamento somou R$ 5,5 bilhões, retração de 59,2% na comparação anual. Já a receita bruta de saneamento manteve estabilidade, com leve alta de 0,6%, atingindo R$ 6,1 bilhões. A receita de construção — relacionada aos investimentos em expansão e modernização da rede — avançou 156,2%, chegando a R$ 3,9 bilhões.
O Ebitda totalizou R$ 3,07 bilhões, queda de 70,6% em relação ao 3T24, com margem de 33%, ante 70% no mesmo período do ano anterior. A forte redução reflete a base de comparação elevada e o menor impacto de créditos tributários e indenizações.
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