A oposição ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) intensificou as críticas à proposta de privatização da Sabesp (SBSP3), utilizando o apagão causado pelas fortes chuvas em cidades paulistas na sexta-feira (3) como argumento.
Emídio de Souza (PT), coordenador da Frente Parlamentar contra a Privatização da Sabesp, atribuiu os transtornos à privatização, mencionando tarifas mais altas, serviços de qualidade inferior e redução de trabalhadores.
Ele preparou um mandado de segurança, com o apoio de 19 parlamentares do PT, PSOL e PCdoB, a ser apresentado ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) contra a privatização da Sabesp.
O líder do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo, Paulo Fiorilo, destacou resultados insatisfatórios das concessões no estado. O apagão em São Paulo, deixando 2,1 milhões sem luz, forneceu munição contra a privatização da Sabesp.
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A distribuição de eletricidade na região metropolitana é responsabilidade da Enel desde 2018. O governador Tarcísio busca dissociar a crise do setor elétrico da proposta de privatização da Sabesp, responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos.
No Estado, a administração dos serviços de distribuição de energia elétrica foi concedida à iniciativa privada na década de 1990. A Enel atende 24 municípios, incluindo a capital paulista, região em que 500 mil imóveis ainda estão sem luz, quatro dias após as tempestades – que também causaram a morte de sete pessoas no Estado.
Além dos partidos de esquerda, a direita ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro também planeja recorrer ao STF contra a privatização da Sabesp, incluindo o ex-Secretário de Comunicação do governo, Fabio Wajngarten, segundo apuração da colunista Monica Bergamo, da Folha de S.Paulo.
O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite (União Brasil), afirmou que o ambiente para a privatização piorou após o apagão, considerando-o resultado de um mau serviço pós-privatização.
O relator do projeto de privatização, Barros Munhoz (PSDB), por sua vez, defende a desestatização, ressaltando diferenças entre a proposta para a privatização da Sabesp e a situação da Enel.