A Petrobras ($PETR3; $PETR4) anunciará seu plano estratégico para 2025-2029 entre o final de novembro e início de dezembro, com previsões de mudanças importantes que proporcionarão à administração maior flexibilidade na estrutura de capital e darão aos investidores mais clareza sobre a capacidade da empresa de manter o pagamento de dividendos extraordinários em 2025, segundo avaliação do Santander.
Em relatório, os analistas Rodrigo Almeida e Eduardo Muniz expressam confiança de que a estatal pode elevar seu limite de dívida bruta, atualmente em US$ 65 bilhões, além de oferecer uma visão mais clara sobre sua posição mínima de caixa, que acreditam ser inferior a US$ 8 bilhões. Eles também esperam uma redução no capex (investimentos) previsto para 2025, aproximando-se de US$ 17 bilhões, considerando as recentes notícias.
“Essas mudanças podem ser bem recebidas pelo mercado e possibilitar dividendos extraordinários adicionais para 2025, em um momento em que o governo federal busca soluções para seu desafio fiscal. Também vemos potencial para pagamentos extraordinários de dividendos ainda em 2024 e esperamos uma melhora no desempenho operacional a partir de outubro, o que reforça nossa visão positiva sobre a companhia, tornando-a nossa escolha preferida para enfrentar o atual cenário volátil do petróleo”, afirmam.
Petrobras: qualquer excesso de caixa deve virar dividendo extraordinário
De acordo com suas estimativas, os passivos de arrendamento da Petrobras devem chegar a cerca de US$ 43 bilhões até o final de 2025, em razão da adição de FPSOs (sistemas definitivos de produção de óleo) como os de Marechal Duque de Caxias, Maria Quitéria, Almirante Tamandaré e Alexandre Gusmão.
Caso o teto da dívida bruta se mantenha em US$ 65 bilhões, a empresa precisaria reduzir sua dívida financeira para cerca de US$ 22 bilhões, comparado aos US$ 26,3 bilhões registrados no segundo trimestre de 2024.
“Entretanto, acreditamos que o limite de dívida bruta pode ser ajustado para dar maior flexibilidade à administração na gestão dos arrendamentos. Acreditamos que o teto atual foi estabelecido em um contexto de menor lucratividade nas operações da Petrobras e em um período em que o custo da dívida era significativamente mais alto, o que reforça nossa visão de que um teto mais elevado poderia ser considerado”, afirmam.
Os analistas lembram que o CFO da Petrobras, Fernando Melgarejo, mencionou em entrevista recente que a companhia está avaliando diversas métricas para seu plano estratégico, incluindo o teto da dívida bruta de US$ 65 bilhões.
Além disso, Melgarejo ressaltou que um aumento nesse limite não implica automaticamente em mais endividamento, mas sim em maior flexibilidade para gerir a estrutura de capital.
Sobre a posição de caixa, o banco observa que no plano estratégico anterior, a Petrobras focava em uma “posição de caixa de referência” de US$ 8 bilhões, enquanto em planos passados mencionava uma “posição de caixa mínima” de US$ 5 bilhões.
Os analistas acreditam que, considerando a vasta experiência do novo CFO em tesouraria, seria razoável esperar uma maior clareza sobre esse assunto, especialmente porque a Petrobras possui cerca de US$ 9 bilhões em linhas de crédito rotativo.
Em entrevista ao Broadcast do Estadão, Melgarejo mencionou que a referência de caixa de US$ 8 bilhões está sendo revisada, mas sem entrar em detalhes. Ele também destacou que a gerência prefere trabalhar com uma posição mínima de caixa, com qualquer excesso sendo distribuído como dividendos extraordinários.
Quanto aos investimentos, os analistas observam que a Petrobras (PETR3; PETR4) pode aumentar seu capex em cerca de 20% a 30% anualmente. Com a orientação para 2024 situada entre US$ 13,5 bilhões e US$ 14,5 bilhões, acreditam que um capex para 2025 deve ficar entre US$ 16 bilhões e US$ 18 bilhões.
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