A Petrobras (PETR3; PETR4) pode pagar dividendos extraordinários ainda este ano. A sinalização foi feita pela presidente da estatal, Magda Chambriard, durante coletiva com a imprensa. Segundo ela, a empresa fará “muito esforço” para viabilizar esse pagamento, que depende diretamente do comportamento do mercado internacional, especialmente do preço do petróleo.
“Tomara que a gente consiga, faremos muito esforço para isso”, afirmou Magda ao apresentar o balanço do seu primeiro ano à frente da companhia.
Condicionantes: petróleo e cenário externo
O avanço na distribuição dos dividendos extraordinários está diretamente relacionado às cotações do petróleo. Magda explicou que, após uma queda em abril — influenciada pelo anúncio de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump —, os preços voltaram a subir devido às tensões no Oriente Médio, especialmente no conflito entre Irã e Israel.
Além do impacto dos preços, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que o governo também negocia com estatais formas de viabilizar o repasse desses dividendos como uma estratégia para reforçar a arrecadação pública. Outra possibilidade em estudo é o aumento das participações especiais no setor de óleo e gás.
Magda ressaltou que a Petrobras seguirá estritamente as regras vigentes, mas fez um alerta: qualquer alteração legislativa que interfira nas regras do setor deve ser aplicada apenas a contratos futuros. “Não os que estão vigentes”, reforçou.
Política de preços dos combustíveis permanece estável
Apesar do aumento recente do petróleo, a presidente da Petrobras garantiu que não há previsão de reajustes nos preços dos combustíveis no curto prazo.
“Esse cenário de petróleo alto tem cinco dias, é bem recente. A gente só faz movimento quando vê uma tendência. Com cinco dias, não vamos fazer nada. Nossa formulação de preços é sólida”, declarou Magda, afastando, por ora, o risco de impactos diretos no bolso dos consumidores.
Avanço na exploração na Margem Equatorial
Outro tema destacado na coletiva foi o avanço da exploração na Margem Equatorial, especificamente na bacia da Foz do Amazonas. Magda afirmou que o leilão das áreas, que também atraiu gigantes como Exxon, Chevron e empresas chinesas, demonstra a confiança internacional no ambiente regulatório brasileiro.
“O interesse das empresas mostra a confiança no Estado brasileiro. Botar áreas em licitação naquela região também mostra a segurança institucional brasileira”, afirmou.
A Petrobras já prepara a logística para iniciar a perfuração. A sonda destinada à operação deve chegar no final de junho e o início do teste está previsto para julho, dependendo da vistoria final do Ibama.
“Estamos absolutamente preparados para essa perfuração”, garantiu a presidente.
Expansão internacional em pauta
A diretora de Exploração e Produção, Sylvia Anjos, revelou que a Petrobras está de olho não apenas em leilões no Brasil, mas também em oportunidades internacionais, especialmente na África e na Índia. “A empresa avalia todas as possibilidades”, afirmou.
Magda Chambriard reforçou que a expansão da exploração é essencial para garantir a sustentabilidade da companhia no longo prazo, independentemente das oscilações do mercado de petróleo.