A popularização de medicamentos usados com o objetivo de perda de peso, como o Ozempic, pode prejudicar empresas relacionadas a fast food ou mesmo fabricantes de cigarros, aponta um relatório do Barclays.
Os medicamentos ajudam na perda de peso e são apontados, também, como úteis na redução de impulsos para consumir substâncias viciantes, como álcool e cigarros.
A ascensão dos medicamentos de hormônio “GLP-1”, como são chamados cientificamente, é um dos temas em que o Barclays está focando nos próximos anos, assim como a inteligência artificial, a transição de energia e a desintermediação de telecomunicações, mídia e tecnologia.
McDonald’s, PepsiCo e mais: efeito Ozempic derruba preços
Com a crescente popularidade desses medicamentos, como o Ozempic, a demanda dessas empresas pode ficar prejudicada. Entre elas, PepsiCo (PEP; PEPB34), McDonald’s (MCD; MCDC34) e a Altria (MO; MOOO34), de cigarros, segundo os estrategistas da instituição.
O efeito pode começar a ser visto nos preços das ações: um índice de alimentos embalados recuou cerca de 14% neste ano; no mesmo intervalo, o índice acionário S&P 500 subiu cerca de 10%.
Nos mercados de derivativos de crédito, investidores parecem acreditar que a maioria dessas empresas se tornou menos arriscada. O custo da dívida do McDonald’s por cinco anos, por exemplo, caiu cerca de 0,06 ponto percentual ao longo do último ano, para 36 pontos base.
Por outro lado, algumas empresas e indústrias devem se beneficiar. A CVS Health (CVS; CVSH34), por exemplo, deve ter um melhor desempenho se mais consumidores receberem prescrições desses medicamentos. A divisão de seguros de saúde Aetna (AET), da companhia, também poderia se beneficiar se as pessoas perderem peso.
Diante disso, o Barclays sugere vender posições de proteção de crédito em empresas que podem se beneficiar dos medicamentos GLP-1. A compra de proteção deve permanecer naquelas que podem ser prejudicadas.