O primeiro semestre de 2025 foi marcado pela forte recuperação das ações brasileiras na B3 ($B3SA3), com destaque para o Ibovespa que acumulou alta de mais de 15%. Apesar do desempenho do principal índice da bolsa, a valorização dos ativos não foi uniforme: enquanto ações ligadas ao mercado doméstico dispararam, papéis de setores ligados a commodities tiveram retornos piores.
É o que mostra o relatório “Onde Investir em 2025 – 2º semestre”, publicado pela EQI Research, que analisou os destaques de performance do Ibovespa até o final de junho.
A média de retorno acumulado do primeiro quartil (as 20 ações com melhor desempenho) foi de alta de 62%, enquanto a média do quarto quartil (as 20 piores) foi de uma queda de 15%.
Retornos da bolsa: as maiores altas em 2025
Segundo o levantamento, a ação com maior valorização no ano é a Cogna ($COGN3), disparando com impressionantes 162% de alta. Na sequência, destacam-se Yduqs ($YDUQ3), que dobrou de valor com elevação de 101,1%, e Assaí ($ASAI3), com forte alta de 99,1%.
O pelotão de frente dos maiores ganhos ainda inclui CVC ($CVCB3), que cresceu 71,7%, Direcional ($DIRR3), que subiu 67,4%, e TIM ($TIMS3), com valorização de 60,4%. Esse conjunto de empresas reflete um movimento de recuperação em diversos segmentos da economia doméstica.
A leitura da EQI Research aponta que esse desempenho robusto está diretamente ligado à retomada do otimismo com empresas voltadas ao mercado interno. Essas companhias vêm se beneficiando de um ambiente mais favorável, caracterizado por juros mais estáveis, maior fluxo de capital estrangeiro e menor percepção de risco político no curto prazo.
Os setores que lideram essa onda de valorização incluem educação, comércio varejista, telecomunicações e construção civil.
Retornos da bolsa: as maiores quedas em 2025
No extremo oposto, as maiores perdas do Ibovespa no ano são lideradas pela RD Saúde ($RADL3), que despencou 30,3%. Em seguida aparecem Brava ($BRAV3), com significativo recuo de 24,1%, e São Martinho ($SMTO3), que amargou queda de 23,9%.
Completam o grupo das maiores baixas Raízen ($RAIZ4), com desvalorização de 23,6%, e Braskem ($BRKM5), que recuou 22,5%.
O cenário negativo se estende ainda para diversas ações dos setores de siderurgia, petróleo e papel e celulose, evidenciando um padrão setorial nas perdas.
Segundo a EQI Research, essa predominância negativa nos setores de commodities decorre de uma reprecificação global dessas empresas. Os fatores determinantes incluem a alta dos juros internacionais, a retomada da guerra tarifária entre as principais economias mundiais e revisões para baixo nas projeções de lucro dessas companhias.
Panorama do Ibovespa e perspectivas
O Ibovespa fechou o semestre com alta acumulada de 15,44% no ano. Apesar do otimismo no longo prazo, a EQI Research revisou sua projeção para o índice em 2025, de 156 mil para 152 mil pontos, com retorno potencial de 12,3% a partir dos níveis atuais. Agora, o foco passa a ser o fim de 2026, com projeção de 172 mil pontos.
Entre os setores mais favorecidos no ano, os analistas destacam os ligados à economia local, como educação, varejo, telecomunicações, financeiras e energia elétrica. Já commodities, agro, químicos e papel e celulose sofreram com maior aversão ao risco e lucros revisados para baixo.
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Ranking dos 10 maiores retornos da bolsa em 2025
- Cogna (COGN3): +162%
- Yduqs (YDUQ3): +101,1%
- Assaí (ASAI3): +99,1%
- CVC (CVCB3): +71,7%
- Direcional (DIRR3): +67,4%
- Lojas Renner (LREN3): +63,6%
- TIM Brasil (TIMS3): +60,4%
- Cyrela (CYRE3): +59,1%
- Totvs (TOTS3): +57,7%
- BTG Pactual (BPAC11): +55,9%
Ranking das 10 maiores retornos da bolsa em 2025
- Raia Drogasil (RADL3): -30,3%
- PetroRecôncavo (BRAV3): -24,1%
- São Martinho (SMTO3): -23,9%
- Raízen (RAIZ4): -23,6%
- Braskem (BRKM5): -22,5%
- Usiminas (USIM5): -22,2%
- Klabin (KLBN11): -21,8%
- BRF (BRFS3): -20,7%
- Weg (WEGE3): -17,5%
- Suzano (SUZB3): -16,5%