As ações da Light (LIGT3) dispararam e tocaram a máxima em mais de um ano durante o rali desta quarta-feira (28).
A companhia é uma concessionária de energia do Estado do Rio de Janeiro, tem aproximadamente R$ 11 bilhões em dívidas e está em recuperação judicial.
Aproveitando da “fragilidade” da empresa, o empresário Nelson Tanure fez um movimento em direção ao conselho de administração, e os papéis da companhia refletiram a “jogada”.
O executivo é conhecido por investir em companhias que enfrentam dificuldades, e seus braços se estendem por diversos setores da economia.
O portfólio do bilionário alcança empresas de mídia, como telecomunicações e jornais, bem como infraestrutura e até empresas de petróleo.
Em relação à Light, ele chegou a um acordo com outros acionistas – mas não todos – e pretende indicar uma chapa ao conselho de administração da concessionária.
Dos acionistas que não abraçaram a ideia, uma gestora recorreu à Justiça para suspender a assembleia que a Light deverá convocar e, neste momento, há uma queda de braço acerca do assunto.
Indiferentemente das rusgas entre os acionistas, a Light reagiu à movimentação em torno de si e viu seus papéis subirem cerca de 5% no final da manhã deste dia. A elevação das ações colocou um sorriso no rosto dos que estavam comprados. Os investidores que, por sua vez, estão vendidos, tomaram um susto.
Light (LIGT3): a chapa de Tanure
Recentemente a concessionária informou que a gestora WNT, próxima a Tanure, passou a ter 21,8% da companhia. Ela firmou acordo para indicar novos conselheiros com o fundo Samambaia, do megainvestidor Ronaldo Cezar Coelho, segundo maior acionista, e com o Santander PB FIA.
Já a chapa apresentada pelos principais acionistas é encabeçada pelo jornalista e ex-ministro das Comunicações Helio Costa, pelo ex-CEO da Eletrobras e da Equatorial, Firmino Sampaio, e pelo próprio Tanure.
Também compõem o grupo o advogado Pedro Borba, o engenheiro Wendell Oliveira e Abel Rochinha, ex-executivo do grupo Enel e atual presidente do conselho da Light, entre outros.
Briga das grandes
Antes destes acionistas se organizarem para se reposicionarem na companhia, a Light já arregaçava as mangas e colocava seus interesses acima das objeções.
A companhia levou adiante seu plano de protocolar a recuperação judicial mesmo em face dos protestos da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), órgão regulador do setor.
A autarquia se pautava no fato de a Light ser uma empresa pública e, por isso, não poderia recorrer à RJ, pois a blindagem que a empresa receberia da Justiça colocaria em xeque as distribuidoras que dependiam da concessionária para fazer a energia chegar aos consumidores.
Em tese, uma empresa pública não pode colocar seus serviços em risco, e deixar a população à mercê da falta de infraestrutura.
Entretanto, na realidade da Light, estes serviços estão cotidianamente em risco, visto que a empresa enfrenta o roubo de energia e de equipamentos diariamente e, por conta disto, seu custo de manutenção é elevadíssimo e as ameaças de o serviço “cair” é ouvido na periferia.
Prorrogação de concessões
Há, ainda, no radar da empresa, refletindo sobre as ações, o fato de que o governo federal pretende prorrogar as concessões de algumas distribuidoras de energia.
Neste sentido, o contrato da Light para fornecimento no Rio de Janeiro vence em 2026, o que inclusive atrapalhou rolagens de dívidas e levou a empresa a pedir recuperação judicial.
Em relação a isto, o Ministério de Minas e Energia quer que as empresas do setor possam inclusive pleitear uma renovação antecipada dos contratos, o que a Light já manifestou publicamente ter intenção de fazer.
Bolsa
A ação LIGT3 encerrou o rali desta data em alta de 4,94%, cotada em R$ 9,13. Os papéis da companhia mais que dobraram de valor apenas neste mês, com valorização de 101% na B3 (B3SA3).
O BTG Pactual (BPAC11) tem recomendação neutra para a ação, com preço-alvo em R$ 6.

- SAIBA MAIS SOBRE A LIGHT (LIGT3) E INVISTA COM ASSERTIVIDADE