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CEO da Light (LIGT3) diz não ter R$ 11 bi escondido para pagar dívida

CEO da Light (LIGT3) diz não ter R$ 11 bi escondido para pagar dívida

O CEO da Light (LIGT3), Octavio Lopes, disse que a empresa não ter R$ 11 bilhões escondidos para pagar a dívida que tem junto a bancos e fornecedores.

A fala do executivo foi praticamente um desabafo acerca das críticas que o pedido de recuperação judicial gerou.

Acontece que por ser uma empresa de distribuição de energia, e pública, ela presta um serviço essencial à população e a RJ, na avaliação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) seria um entrave para suas operações, colocando em xeque o fornecimento de energia aos 31 municípios que atende no Estado do Rio de Janeiro.

Conforme noticiado mais cedo pelo EuQueroInvestir, a holding Light teve seu pedido de recuperação judicial aceito pelo juiz Luiz Alberto Alves, da 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.

Ele determinou que a companhia e suas concessionárias mantenham suas obrigações operacionais e setoriais.

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Já o Valor Econômico destaca que a concessionária deve apresentar uma primeira proposta formal aos credores dentro de 10 a 20 dias.

Conforme o jornalão, a companhia terá propostas diferentes para os credores que precisam de liquidez imediata e para aqueles que aceitam um alongamento considerável de prazo e quer descontaminar o balanço da geradora nesse passivo.

Também traz que a holding não tem fornecedor, não tem operação e deve ter menos de 10 funcionários, mas tem coobrigação em todas as dívidas da distribuidora e da geradora. Os covenants são da holding e há cláusulas de cross-default do grupo.

“É claro que a RJ tem um custo, mas tentamos uma negociação extrajudicial que, em poucos dias, ficou claro que não ia funcionar, e tentamos a mediação, que estava avançando mas é um processo de levaria alguns meses. Desde o início temos dito que apresentaríamos uma proposta em 90 dias a partir da publicação dos resultados e isso vai até o final do mês”, disse o CEO ao jornal.

Gráfico mostra a ação LIGT3 na Bolsa.

Light (LIGT3): dívida

Ainda de acordo com o periódico, a companhia precisa reduzir a dívida em 30% a 50% e chegou a falar nesse primeiro patamar de haircut com credores da distribuidora de energia. “Não necessariamente significa um deságio desse tamanho, há várias maneiras disso acontecer e credores com diferentes flexibilidades e necessidades de liquidez”, destacou o executivo.

Outro caminho deve ser seguido na geradora, elencou, possivelmente sem envolver deságio. “Na geradora, não temos problema de tamanho de dívida. O problema é que a dívida está contaminada e queremos descontaminar, com algum tipo de reescalonamento”, diz Lopes. Os bonds da Light são units, que combinam um papel da geradora com dois papeis da distribuidora. “A proposta é separar a dívida da geradora e manter praticamente intacto os termos econômicos dela que, contando a parte em bonds, representa cerca de 15% da dívida total”.

Tanure

O Valor ressaltou que o empresário Nelson Tanure já detém 15% da Light, e ele chegou a falar sobre a venda da geradora como uma estratégia possível, se tiver apoio de credores para tomar o board.

Quanto a isso, o CEO explicou que uma venda da geradora é sempre possível como estratégia e tem que ser avaliada como uma das alternativas. “Mas não vemos como um momento muito positivo de mercado para fazer venda de ativos e por isso não está contemplada no modelo que a administração acredita ser o melhor para gerar valor para os stakeholders hoje”, disse.

Questionado sobre interações com o novo acionista, Lopes ressaltou que não foi procurado pela gestora WNT (que gere o veículo de investimento de Tanure), mas dá seu entendimento sobre as discussões que ficaram públicas de capitalização. “Quando me ligarem, vou marcar reunião, como todo acionista. Estamos sempre abertos a propostas de qualquer investidor, mas não a recebemos ainda”, diz. “Precisamos de uma solução para os R$ 11 bilhões de dívida, e R$ 1 bilhão ou R$ 2 bilhões de aporte não dão a solução para a companhia”, avalia.

Bolsa

Por volta das 15h15 a ação LIGT3 subia 1,53%, cotada em R$ 3,91.