A Light (LIGT3) marcou para o dia 21 de março do ano que vem a realização de sua assembleia de credores. A data foi informada na última sexta-feira (17) à 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, responsável pelo processo de recuperação judicial da empresa, e comunicada ao mercado por meio de documento entregue à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no fim de semana.
De acordo com o comunicado, a realização da assembleia dependerá do quórum de participação dos credores; a segunda convocação ficou para 28 de março. As datas ainda precisam ser aprovadas pelo juiz responsável.
A data da assembleia ainda está dentro do “stay period” da empresa, que no mês passado foi renovado por 180 dias, até 9 de abril de 2024. Os efeitos da medida foram estendidos às controladas Light Serviços de Eletricidade S.A. e Light Energia S.A. Com a decisão, todos os processos de cobrança e execução ligados à recuperação judicial da empresa ficam suspensos.
a Light (LIGT3) está em processo de transição de comando, com o CEO Octavio Pereira Lopes sendo substituído por Alexandre Nogueira, atual diretor regulatório e de relações institucionais. A troca deve ser efetivada até o fim do ano e tem as credenciais do empresário Nelson Tanure, hoje maior acionista individual da empresa de energia.
A Light pediu sua recuperação judicial em março deste ano, com uma dívida estimada em cerca de R$ 11 bilhões. Nos últimos meses, a empresa cogitou deixar o processo, e inclusive pediu a retirada da Light Energia, que teria conseguido negociar seus débitos diretamente com os credores.
Analistas apontam que a Light (LIGT3) teme que o processo de recuperação judicial possa prejudicar o processo de renovação da concessão para distribuição de energia na região metropolitana do Rio de Janeiro, sua principal fonte de renda. O contrato vence apenas em 2025, mas a empresa estaria tentando antecipar os movimentos para não correr o risco de não poder seguir na operação.
A Light (LIGT3) acumula um lucro líquido consolidado de R$ 205,6 milhões nos primeiros nove meses do ano, com receita operacional líquida de R$ 10,455 bilhões e uma alavancagem estimada em 10,8x a dívida líquida sobre o EBITDA ajustado dos últimos 12 meses.