As ações da JBS (JBSS3) estão disparando mais de 15%, por volta das 12h17 desta terça-feira (18), liderando os maiores ganhos do Ibovespa.
A supervalorização dos ativos ocorre após um acordo entre a J&F Investimentos, acionista controladora da companhia, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que eliminou um dos principais entraves para a dupla listagem da empresa nos Estados Unidos.
O BNDESpar, braço de participações societárias do BNDES, detém 20,8% do capital da JBS e poderia votar contra a listagem na assembleia geral extraordinária (AGE). Mas, com o acordo firmado, o banco público ficará fora da decisão, facilitando a aprovação do processo.
Essa incerteza quanto à posição do BNDES era apontada por analistas como um dos fatores que atrasavam a listagem da JBS na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Em 2016, o banco já havia vetado uma reorganização corporativa que transferiria a sede da companhia para a Irlanda do Norte, alegando risco de “desnacionalização”.
JBS (JBSS3): Expectativa de valorização
O JP Morgan (JPM; JPMC34) acredita que a dupla listagem pode elevar significativamente o valor de mercado da JBS, alinhando-a com concorrentes como a Tyson Foods.
Além disso, a eventual inclusão da empresa em índices de ações dos EUA pode impulsionar ainda mais sua liquidez e atrair investidores do mundo inteiro.
O BTG Pactual (BPAC11) também avaliou o acordo como uma relevante redução de risco para a JBS.
O banco destaca que, apesar de ser uma das maiores e mais diversificadas empresas do setor, a JBS sempre foi negociada com desconto em relação a seus pares internacionais. A listagem nos EUA pode ajudar a reduzir essa distorção, mitigando riscos de governança corporativa e ampliando a base de investidores.
O BTG reforça sua recomendação de compra para as ações da JBS, com preço-alvo de R$ 48, o que representa um potencial de valorização de 46%.
Apesar do impacto positivo, ainda restam questionamentos sobre o acordo, como o valor final que a J&F pagará ao BNDES, estipulado inicialmente em R$ 500 milhões, mas sem um cronograma definido.
A conclusão da listagem ainda depende de aprovações regulatórias da Securities and Exchange Commission (SEC), autoridade do mercado de capitais dos EUA, e da aprovação pelos acionistas minoritários na AGE.
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