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JBS (JBSS3): BTG (BPAC11) tem compra, com preço-alvo em R$ 35

JBS (JBSS3): BTG (BPAC11) tem compra, com preço-alvo em R$ 35

A JBS (JBSS3), multinacional brasileira reconhecida como uma das líderes globais da indústria de alimentos, reportou resultados abaixo do esperado, mas o BTG (BPAC11) tem expectativas positivas para a companhia e, por isso, recomenda compra com preço-alvo em R$ 35.

O banco de investimentos realizou uma reunião com a administração da JBS, representada por Guilherme Cavalcanti (CFO), Christiane Assis (RI) e Pedro Bueno (RI). “Tivemos a oportunidade de abordar muitos dos principais drivers da empresa”, escreveram os analistas.

E acrescentaram que isso incluiu restrições operacionais em certas unidades de negócio, ciclos de commodities, prioridades de alocação de capital e listagem nos EUA.

“Nossa sensação é de que os resultados chegaram ao fundo do poço no primeiro trimestre e as margens devem começar a se recuperar. Ainda não há nada específico e que leve as margens consolidadas de volta aos níveis históricos, o que acreditamos que pode limitar os triggers para as ações de alguma forma por enquanto”, destacou.

E disse mais: os resultados da JBS no 1T23 foram fracos e, além dos ciclos de proteína (mais sobre isso abaixo), refletiram algumas restrições bottom up que fizeram com que a JBS tivesse um desempenho inferior ao de seus pares.”

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JBS (JBSS3): BTG (BPAC11) analisa a empresa

No segmento de carne bovina, destacou o BTG, o baixo desempenho parece estar relacionado principalmente aos contratos futuros de venda, que resultaram em margens menores em relação ao mercado, principalmente quando os spreads de carne/boi apertaram no final do ano passado.

Quanto à Seara, a maioria das ineficiências parece estar associada a práticas de manejo de aves. “A administração enfatizou que ambas as questões já foram resolvidas e, à medida que a carteira de contratos de carne bovina EUA for eliminada e as melhorias fluírem pela cadeia produtiva da Seara, a JBS deve conseguir recuperar os 2-3p.p. que perdeu de margem que estavam presente nessas divisões no primeiro trimestre”, ressaltou.

Tendências

Ainda de acordo com o relatório, a principal razão pela qual o BTG acredita que os resultados recentes não refletem o poder de lucro da JBS é que, como os ciclos de proteína viraram para baixo em praticamente todos os lugares, mesmo sua diversificação não produziu os resultados esperados.

“A execução aprimorada em certas divisões e as tendências do ciclo de proteína mais favoráveis devem permitir que os resultados se recuperem das mínimas recentes, mas ainda não parece haver nada que faça as margens atingirem o nível normalizado em uma base consolidada tão cedo”, destacou.

E complementou: “no segmento de carne bovina dos EUA, a desaceleração do ciclo em curso deve manter as margens sob pressão para este ano e para o próximo – esperamos margens baixas um dígito no nível do EBITDA.

Segundo os analistas, PPC e Seara estão se recuperando, mas a ampla oferta de aves continua dificultando a recuperação dos preços e impedindo a melhores das margens, enquanto o impacto dos custos mais baixos dos grãos deve ser mais proeminente durante o 2S23.

“No segmento de suínos dos EUA, acreditamos que a recuperação pode demorar mais devido ao excesso de oferta de animais que continua prejudicando as operações verticalizadas da JBS no país, mas há anúncios sugerindo que alguns concorrentes podem começar a racionalizar o fornecimento. A JBS Brasil e a Austrália parecem estar prestes a se beneficiar da melhora na oferta de gado, bem como da menor presença dos EUA nos mercados globais”, disse o banco.

Operações financeiras

O relatório traz, também, que em 2019 a JBS implementou uma política de gestão de liquidez, que visava manter o índice de alavancagem da empresa entre 2-3x. Se a alavancagem ultrapassasse 3,75x, a JBS não pagaria dividendos extraordinários. A política também definiu um limite máximo de alavancagem de 4,25x.

“Dado o impacto dos ciclos de proteína nas margens de curto prazo, acreditamos que a JBS pode ultrapassar temporariamente seus limites de alavancagem ainda este ano. Isso não representa uma preocupação de liquidez ou mesmo muito de balanço, especialmente considerando os esforços de gestão de passivos empreendidos nos últimos anos”, afirmou.

“Em última análise, o breakeven de caixa de cerca de US$ 3 bilhões parece estar ao alcance, mesmo em um ciclo de baixa. Também acreditamos que a diversificação da JBS deve começar a dar frutos em breve. Posto isto, a disciplina na alocação de capital da empresa deverá fazer com que as ambições de crescimento sejam colocadas em segundo plano. Embora o crescimento inorgânico continue sendo uma parte fundamental da estratégia da JBS, com foco particular na expansão de sua exposição ao negócio downstream de FPP, quaisquer planos de expansão mais agressivos provavelmente serão adiados por enquanto”, frisou.

Listagem nos EUA

Em relação à listagem nos EUA, o BTG comunica que esta continua sendo uma prioridade para a empresa, com o objetivo principal de fechar o desconto de valuation que a JBS apresenta em comparação com seus pares internacionais.

“Esse plano existe há muito tempo, mas após o registro bonds da companhia na SEC (pendente de homologação) entendemos que o processo operacional de listagem das ações no exterior pode ficar mais tranquilo. Nos níveis atuais de preço das ações, não acreditamos que a JBS buscará uma injeção primária de capital e não achamos que a empresa precise disso. Mas, uma vez que as ações apresentarem uma expansão de múltiplos, acreditamos que isso pode acabar ajudando nas ambições de crescimento futuro”, destacou.

Margens normalizadas

Por fim, o BTG elencou que mesmo que o fundo do ciclo da proteína esteja se mostrando mais difícil do que o esperado, ainda considera que a JBS pode superá-lo bem. “Um mercado mais normalizado deve tornar a ação muito barata para ser ignorada. Aproveitamos para atualizar nossos números. Apesar de reduzirmos nossas expectativas de EBITDA de 2023 e 2024 em 30% e 13%, ainda vemos yields de FCFE recorrentes de 2% e 14%, o que ressalta o quão barata está a ação”, concluiu.

Bolsa

A ação JBSS3 encerrou o dia 7 de junho de 2023 cotada em R$ 17,66.

Gráfico mostra a ação JBSS3 na Bolsa.