A desenvolvedora de chips Arm Holdings fará sua estreia na bolsa de valores de Nova York (NYSE) na próxima quinta-feira (14), na maior oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em Wall Street em quase dois anos. O mercado projeta US$ 50 bilhões com o IPO da Arm para seu principal acionista, o SoftBank Group.
O mercado terá acesso a cerca de 10% do capital da Arm, enquanto o SoftBank espera obter entre US$ 4,5 bilhões e US$ 5,2 bilhões com o IPO, com uma valorização em bolsa estimada entre US$ 48 bilhões e US$ 52 bilhões. O grupo japonês seguirá com 90% do capital da britânica.
Atualmente, os microprocessadores da Arm integram 99% dos smartphones do planeta. O valor em bolsa da empresa supera com folga os US$ 32 bilhões que o SoftBank aplicou para assumir o controle do capital em julho de 2016. Contudo, é abaixo da faixa de US$ 60 bilhões a US$ 70 bilhões que o grupo visava há algumas semanas.
Recentemente, o SoftBank amargou prejuízos expressivos por sua participação na empresa WeWork e no capital da gigante chinesa Alibaba.
O que o IPO da Arm significa para o mercado
Ao menos 27 bancos participarão do IPO da Arm. Em entrevista à AFP, Mark Roberts, gerente associado da consultoria Blueshirt Capital Advisors, disse que “boa parte da praça financeira de Wall Street está fazendo tudo para que esta estreia na bolsa aconteça de forma correta“.
O SoftBank reuniu um grupo de clientes relevantes no mercado, da Apple (AAPL34) à Nvidia (NVDC34), dispostos a investir US$ 735 milhões no capital da Arm. Especialistas acreditam que se o IPO correr bem, pode criar uma tendência otimista para 2024.
Ainda assim, o entorno permanece frágil, com a economia norte-americana em uma fase de desaceleração. O mercado considera, no entanto, que o ciclo de aumento das taxas de juros pelo Federal Reserve, para desaquecer a economia, está para terminar – o que dá aos investidores uma perspectiva mais positiva.