A indonésia reforçou a cota de importação da carne brasileira ao passar de 20 mil para 100 mil o pacote anual.
O país do Sudeste Asiático, considerado o maior arquipélago do mundo, composto por cerca de 17 mil ilhas, tem mais de 270 milhões de habitantes.
No comunicado, destaca que a iniciativa é válida até 31 de dezembro de 2023, e diz respeito a 20 frigoríficos nacionais habilitados para embarcar produtos com certificação halal.
Vale destacar que os alimentos Halal são referentes a produtos que os muçulmanos podem ou não comer e beber segundo a lei Islâmica da xaria.
Na prática, tem a ver, inclusive, com o modo de preparo, a exemplo de como um determinado gado é criado e até abatido.
Boa parte dos frigoríficos brasileiros já têm feito investimentos significativos neste tipo de produto, para ateder uma demanda crescente.
É o caso, por exemplo, da BRF (BRFS3), conforme noticiado pelo EuQueroInvestir no dia 24 de outubro de 2022, quando a companhia anunciou sobre uma Joint Venture (JV) com a PIF, de produtos Halal.
A operação se deu via subsidiária integral BRF GmbH com a Halal Products Development Company, uma subsidiária integral do Public Investment Fund (PIF).
O movimento tem por objetivo o desenvolvimento da indústria Halal na Arábia Saudita por meio de inovação e crescimento no segmento.
Na ocasião, elencou que o JVA prevê a criação de uma sociedade na Arábia Saudita detida até 70% pela BRF e até 30% pela HPDC.
A entidade atuará na cadeia completa de produção de frangos na Arábia Saudita e promoverá a venda de produtos frescos, congelados e processados.
A joint venture contará com um investimento combinado de US$ 500 milhões, dos quais US$ 125 milhões serão contribuídos pela BRF GmbH e pela HPDC quando da constituição da sociedade; e o restante será contribuído oportunamente de acordo com o plano de investimento a ser estabelecido pelas partes.
“A JVA prevê também a criação de uma Sede para Negócios Halal, um Centro de Inovação de Alimentos Halal e um Centro de Excelência na Arábia Saudita”, destacou, na ocasião.

Carne brasileira
Levantamento da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) aponta que a exportação de carne bovina já representa 3% das exportações brasileiras e um faturamento de R$ 6 bilhões.
O segmento representa 6% do Produto Interno Bruto (PIB) ou 30% do PIB do Agronegócio, com um movimento superior a R$ 400 bilhões, que aumentou em quase 45% nos últimos cinco anos.
Em relação ao pedido da Indonésia, este foi confirmado pelo Ministério da Agricultura e, na relação de plantas brasileiras que poderão acessar a cota para vender à Indonésia estão quatro da JBS, em Goiânia, Marabá (PA), São Miguel do Guaporé (RO) e Vilhena (RO), seis da Minerva, em Rolim de Moura (RO), Palmeira de Goiás (GO), Mirassol D’Oeste (MT), Araguaína (TO), José Bonifácio (SP) e Janaúba (MG), e três da Marfrig, em Tangará da Serra (MT), Promissão (SP) e Chupinguaia (RO).
Também estão na lista os frigoríficos da Frigon, em Jaru (RO), da Maxi Beef, em Carlos Chagas (MG), Astra, em Cruzeiro do Oeste (PR), Barra Mansa, em Sertãozinho (SP), Mercúrio, em Xinguara (PA), Frigol, em Água Azul do Norte (PA), e Vale Grande, em Matupá (MT).
Frigoríficos habilitados
De acordo com o Valor Econômico, ao todo o Brasil tem 21 frigoríficos habilitados para exportar carne bovina para a Indonésia – apenas a unidade da Marfrig localizada em Várzea Grande (MT) ficou de fora. Neste ano, o país asiático habilitou 11 novas plantas, o que aumentou a possibilidade de as empresas brasileiras ampliarem suas vendas aos indonésios.
Conforme o periódico, em 2019, quando a Indonésia abriu seu mercado para a carne bovina brasileira, os frigoríficos nacionais exportaram 3,5 mil toneladas (US$ 15,1 milhões) para o país. Em 2020, foram 4 mil toneladas (US$ 15,6 milhões), e em 2021, 16,6 mil toneladas (US$ 87,9 milhões). No ano passado, as vendas para os indonésios chegaram a 20,4 mil toneladas, que renderam US$ 110,1 milhões.
Também traz que a Indonésia importa cerca de 250 mil toneladas de carne bovina por ano. O principal fornecedor é a Austrália.
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