O Ibovespa está completando 55 anos em 2023. Trata-se do principal índice de ações do mercado brasileiro. Ele abrange 86 ativos e um valor de mercado somado de R$ 3,3 trilhões.
As principais companhias brasileiras – públicas e privadas – estão lá. As organizações acessam a bolsa brasileira por meio de oferta pública inicial (IPO).
A partir do momento em que ingressam na bolsa, a depender do grau de governança, elas passam a ter obrigações de transparência em seus indicadores financeiros e operacionais.
Para quem acompanha o mercado, seja investidor, economista, analista ou meramente alguém interessado, se faz necessário ter um olho no noticiário, e o outro no desempenho do Ibovespa.
Acontece que ele funciona como um grande termômetro da economia nacional, medindo o desempenho das ações mais negociadas na bolsa do Brasil. Também aponta a valorização ou desvalorização média das empresas no dia.
Henio Scheidt, gerente de Índices da B3, destaca que cerca de 80% de todo o volume negociado em ações na bolsa pode ser capturado pelo Ibovespa. Por isso que os principais eventos econômicos, políticos e setoriais se refletem no índice.
“É por isso que o Ibovespa se tornou um parâmetro de rentabilidade para investidores não só no Brasil como no mundo todo”, explicou.
Ibovespa: a metodologia
Vale lembrar que a metodologia do Índice Bovespa foi criada com o primeiro índice da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
Ela foi desenvolvida pelo Professor Mário Henrique Simonsen e equipe em 1962, sendo que quatro anos depois o superintendente técnico Luís Sérgio Coelho de Sampaio concebeu e implantou várias alterações metodológicas no antigo índice.
No ano seguinte, em 1967 iniciou-se o IBV – Índice da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, cuja metodologia foi adotada pela Bolsa de Valores de São Paulo na implantação do Ibovespa em janeiro de 1968.
Já a metodologia atual do Ibovespa foi elaborada em conjunto com vários participantes e segmentos do mercado visando mantê-lo como o índice que mais representa com exatidão o desempenho do mercado brasileiro. A completa implantação da metodologia atual se deu a partir da revisão da carteira do índice ocorrida em maio de 2014.
Acontecimentos e curiosidades
O índice valorizou 2400% em toda sua história. Ainda assim, alguns momentos entraram para a história, como seis dos 23 circuit breakers já registrados no Brasil.
Em momentos de turbulência do mercado, o circuit breaker é acionado, de forma a evitar que a bolsa desabe ainda mais. Ele é um mecanismo disparado pela bolsa para interromper a sessão quando ocorrem oscilações muito bruscas e atípicas no mercado de ações.
Ano Ocasião
- 2020 Coronavírus
- 2017 Delação da JBS – Joesley Day
- 2008 Crise do subprime nos EUA
- 1999 Câmbio flutuante
- 1998 Crise russa
- 1997 Crise asiática
Outras curiosidades:
- Maiores altas: A maior alta para um dia, de 36,05%, foi registrada no dia 4 de fevereiro de 1991, início do Plano Collor 2, que veio carregado de uma expectativa de controle da inflação desenfreada da época, aliado à abertura da bolsa a investidores estrangeiros. Recentemente, a maior alta (a 14ª maior da história do índice) foi registrada no dia 13 de março de 2020, de 13,90%. Em dias anteriores, o índice havia registrado quedas importantes com o nervosismo do mercado quanto a pandemia da Covid-19, que fez a bolsa acionar o mecanismo de Circuit Breaker seis vezes, em menos de 10 dias.
- Maiores quedas: A maior queda, de 22,26%, foi registrada no dia 21 de março de 1990, quando o Plano Collor foi anunciado. Recentemente, a maior queda foi de 13,92%, em 16 de março de 2020, repercutindo a incerteza diante da pandemia.
- Distribuição setorial: O setor de Materiais Básicos (mineração, siderurgia, madeira e papel etc) lidera a distribuição, com 19 ativos, seguido pelo de consumo cíclico (construção civil, utilidade doméstica, vestuário etc), com 17.

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