Seja um investidor novato ou experiente, eventualmente surge o dilema de onde investir em ações: no Brasil ou nos EUA. Por aqui, a principal vantagem é a capacidade de acompanhar o mercado de perto devido à proximidade geográfica. No entanto, lá fora, a maturidade do mercado norte-americano é um atrativo que poucos países possuem.
Por essa razão, os investidores frequentemente comparam os dois principais índices: Ibov ou S&P 500. O primeiro reflete o desempenho das maiores empresas da B3 (#B3SA3), enquanto o segundo abrange as 500 principais empresas dos EUA.
Um estudo realizado por William Eid, professor do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Cef), mostra que, nos últimos 23 anos, o S&P leva vantagem sobre o Ibov.
O Ibovespa teve uma valorização de 134,40% no período, enquanto o S&P 500 subiu 187,5%. Além disso, a volatilidade registrada pelo Ibovespa foi de 37,5%, em contraste com a do S&P 500, que correspondeu a 15,4%. Os desempenhos dos índices foram calculados em dólares.
No mundo dos investimentos, geralmente, quanto maior o risco, maior é a rentabilidade. No entanto, nesse caso, ocorre o oposto. O Brasil, por ser uma economia emergente, oferece um risco mais elevado para o investidor, mas pode disponibilizar bons ganhos por causa da sua volatilidade.
Já a economia dos EUA é mais sólida, próspera e resiliente, proporcionando um retorno potencialmente maior em investimentos de Renda Variável.
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Segundo Eid, outro ponto positivo para os investidores nos EUA é a maior diversificação do S&P, que abrange 500 ativos, em comparação aos 89 papéis do Ibovespa. Sem contar que o índice dos EUA é fortemente influenciado pelas grandes empresas de tecnologia, as big techs, em que cinco ações representam cerca de 25% do índice atualmente.
Já o Ibovespa é influenciado pelo setor de commodities (petróleo, siderurgia, mineração etc), com uma representação de 30% do índice. As commodities são conhecidas pela sua instabilidade no mercado internacional, o que explica o nível de volatilidade do Ibov ser mais do que o dobro do S&P 500.
Dado que o mercado dos EUA é mais estável, a recuperação após os períodos de crise ocorre mais rapidamente do que no Brasil. Conforme o professor da FGV, a diferença de desempenho entre os dois indicadores é observável tanto na crise da covid-19 quanto na de 2008.
Em 2008, enquanto o S&P 500 registrou uma desvalorização de 30%, o Ibovespa chegou a perder 60% do seu valor. Na crise da covid-19, o S&P 500 registrou uma queda de 12%, ao passo que o Ibovespa perdeu 40% de seu valor.
Confira abaixo o desempenho do S&P 500 e do Ibovespa. Perceba que o índice americano possui uma tendência de alta mais longa do que a brasileira.


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