Depois de reduzir sua participação na rede colombiana de varejo Éxito, o Grupo Pão de Açúcar (GPA; PCAR3) realizou um acordo de acionistas com seu controlador o grupo francês Casino, para atuar em conjunto nas discussões sobre a gestão da empresa do país vizinho.
O Casino vai realizar operação semelhante ao GPA no mês passado e se desfazer de parte de seus papéis na empresa colombiana, com a intenção de manter 34% do capital com direito a voto. Como o GPA ficou com 13% da propriedade da empresa, os dois juntos somarão 47%.
Por meio do acordo, o GPA se comprometeu a apoiar candidatos indicados pelo Casino ao Conselho de Administração, desde que o grupo francês o consulte antes da indicação, e também a alinhar seu voto em outras decisões, especialmente em discussões sobre o diretor financeiro da empresa e em mudanças na política de distribuição de dividendos.
O Acordo de Acionistas contém ainda as seguintes cláusulas:
- direito de drag-along (compra obrigatória) em favor do Casino sobre a participação do GPA em caso de uma oferta de um terceiro para a totalidade da participação do Casino no Éxito;
- direito de tag-along (venda obrigatória) proporcional em favor do GPA no caso de uma oferta por um terceiro para a totalidade ou parte da participação do Casino no Éxito;
- direito de preferência em favor do Casino no caso de uma decisão do GPA de vender a totalidade ou parte das ações de emissão do Éxito, cujo exercício está condicionado ao preço não ser inferior à média ponderada do preço de mercado das ações de emissão do Éxito durante os dez (10) dias de negociação anteriores e a ser pago exclusivamente em dinheiro.
Em forte crise financeira, o Casino teve recentemente sua nota de crédito rebaixada para CC pela S&P Global, apontando risco iminente de default da empresa, que negocia sua aquisição pelo investidor tcheco Daniel Kretinsky, transação avaliada negativamente pela agência de risco.
Já o GPA (PCAR3) reportou prejuízo consolidado de R$ 425 milhões no segundo trimestre de 2023 e teve sua recomendação rebaixada de Compra para Neutro pelo banco BTG Pactual (BPAC11) devido não somente aos resultados, mas a projeções pessimistas para o grupo diante do cenário macroeconômico dos próximos meses.