O banco BTG Pactual (BPAC11) não vê como próxima uma possível fusão Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) e mantém recomendação neutra para ambas as empresas. Para o banco de investimentos, há algumas razões para não ocorrer uma combinação de negócios pelo menos a curto prazo.
Em relatório, o BTG aponta que a Marfrig já consolida o resultado financeiro da BRF; as sinergias operacionais quando se administram os negócios de carne bovina e de aves e processados não são claras, e o que pode ser capturado já está sendo capturado agora.
Além disso, o acionista controlador da Marfrig é atualmente a figura controladora indiscutível de todo o grupo, enquanto em uma fusão sua posição de controle seria provavelmente diluída pela participação econômica na entidade combinada.
“Também não acreditamos na disposição da Marfrig, nem no balanço patrimonial, de comprar os minoritários da BRF. Não descartamos eventuais transações entre as duas empresas para ativos específicos, mas, por enquanto, esperamos que Marfrig e BRF continuem existindo como entidades separadas”, diz trecho do relatório.
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Fusão Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3): estratégia é importante
O relatório do banco de investimentos traz ainda que durante muito tempo, a estrutura de controle da BRF dificultou uma estratégia de longo prazo mais consistente. Sua rotatividade de executivos é considerada uma prova clara disso. Em um negócio com uma cadeia de produção viva, longa e verticalmente integrada, a execução e a consistência são vistas pelo banco como fundamentais.
“Com a Marfrig se tornando seu acionista controlador, isso parece estar melhorando – ou pelo menos parece haver um caminho mais claro sobre o rumo que a BRF está tomando agora”, diz outro trecho do relatório.
Marfrig (MRFG3) já havia comprado 45% de participação na BRF (BRFS3)
Em outubro, a Marfrig (MRFG3) havia informado que passara a deter 45% de participação na BRF (BRFS3), passando a possuir 757.225.906 entre ações ordinárias e American Depositary Receipts (ADRs).
Em comunicado ao mercado, a Marfrig informou que a compra de participação acionária tem como objetivo incrementar sua participação acionária na BRF, mas não busca alterar a atual composição do controle ou a estrutura administrativa atual da companhia.
Posteriormente, outro relatório do BTG já havia analisado uma possível fusão Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3), considerando esse aumento de participação e mantendo neutralidade para as companhias.