Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Ações
Notícias
BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3): BTG (BPAC11) mantém neutralidade

BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3): BTG (BPAC11) mantém neutralidade

O banco BTG Pactual (BPAC11) divulgou relatório de análise mantendo a recomendação neutra para as ações das empresas de setor de proteínas BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3), após o anúncio de que a Marfrig já detém mais de 45% das ações da BRF, montante que era de 33% há três meses.

Em relatórios divulgados em julho, após a divulgação dos balanços pelas empresas, o BTG havia feito recomendação Neutra a ambas, com preço-alvo de R$ 12 para a BRF e R$ 10 para a Marfrig.

BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3): negócio de longa duração

Ao longo dos últimos três meses, a Marfrig adquiriu quase 200 milhões de ações da BRF para alcançar o atual percentual, depois do aumento de capital concluído pela Marfrig em julho e da eliminação da cláusula da “pílula de veneno” (poison pill). A grande dúvida dos investidores permanece sobre o objetivo final desde que a Marfrig começou a comprar ações da BRF, há dois anos e meio.

Publicidade
Publicidade

“Acreditamos que há basicamente duas coisas que devem ser consideradas: o desejo de longa data da Marfrig de possuir e controlar os ativos e negócios que compra, e sua capacidade de manter a alavancagem sob controle ao fazê-lo”, apontam os analistas do BTG, projetando que a aquisição recente custou em torno de R$ 1,9 bilhão.

Em 2019, as duas empresas assinaram um memorando de entendimento onde foi discutida a possibilidade de fusão, mas o negócio foi cancelado. “Nossa sensação é que o acordo nunca avançou porque acabaria por limitar a influência e o poder do acionista controlador da Marfrig sobre a entidade resultante da fusão. Esta é também a principal razão pela qual não acreditamos que uma fusão ocorrerá agora (e talvez nunca)”, apontam os analistas.

Para a equipe do BTG, a Marfrig já tem influência indiscutível sobre a estratégia, o Conselho e a equipe de gestão da BRF e já consolida integralmente o balanço da BRF, enquanto sua controladora, a MMS, detém atualmente 61,8% de seu capital (ou 63,3%, excluindo as ações em tesouraria). 

“Considerando o atual preço de mercado de ambas as empresas, estimamos que uma fusão diluiria a participação da MMS na entidade resultante da fusão para apenas 25%. Também pensamos que as sinergias são possivelmente mais limitadas do que pareceriam à primeira vista, e não são suficientes para justificar uma fusão após tal diluição”, completam os analistas.

BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3): riscos de alavancagem

Os analistas apontam que o valor de R$ 1,9 bilhão, projetado a partir do atual valor de mercado das ações BRFS3, se aproxima do montante que a Marfrig levantou com o seu aumento de capital (cerca de R$ 2,2 bilhões). Além disso, a empresa recebeu R$ 1,5 bilhão da Minerva (BEEF3) como parte do acordo para vender a maioria de seus ativos de carne bovina na América Latina – ao todo, 16 plantas por R$ 7,5 bilhões, negócio ainda em fase de due dilligence.

“Nosso cenário base é que a Marfrig está usando toda a liquidez extra que consegue apenas para comprar mais ações da BRF no mercado. A Marfrig deverá receber em breve R$ 6 bilhões adicionais pela venda de ativos à Minerva. Portanto, não ficaríamos surpresos se parte disso fosse usada para comprar mais ações da BRF. Em última análise, acreditamos que uma fusão seria o último recurso da Marfrig caso a alavancagem no nível da holding subisse muito”, apontam os analistas do BTG.

Na conclusão, os analistas apontam que o viés positivo de curto prazo para a BRF permanece, com base na visão de que o ciclo avícola está melhorando e gerará melhores margens nos próximos trimestres. “Mas ainda vemos um retorno relativamente limitado com base em múltiplos de lucro e no cenário competitivo”, aponta o texto.

Quanto à Marfrig, a cautela vem sobre o uso do caixa para compra de ações. “Embora recebamos positivamente o preço que ela conseguiu vender seus ativos de carne bovina para a Minerva, acreditamos que a história de valor da Marfrig seria mais interessante se a empresa usasse seus fluxos de caixa para desalavancar a holding, em vez de investir no crescimento do negócio ou em aumentar a participação na BRF”, conclui o relatório do BTG Pactual (BPAC11).


Você leu sobre a recomendação do BTG para as ações de BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3). Para saber mais sobre as novidades do mercado e seu impacto sobre os investimentos, faça seu cadastro gratuito na EQI Research e tenha acesso a relatórios exclusivos e recomendações feitas por analistas especializados.