O Fundo Verde, comandado por Luis Stuhlberger, fundador da gestora Verde Asset, reduziu sua exposição em ações brasileiras mesmo diante da sequência de recordes consecutivos de fechamento do Ibovespa. Em carta aos cotistas, Stuhlberger afirmou que o retorno potencial dos papéis locais “é limitado frente ao risco e à volatilidade à frente”, o que motivou a diminuição da alocação em ativos de risco no país.
Em outubro, o Fundo Verde registrou rentabilidade de 1,41%, superando o CDI, que avançou 1,28% no período. No acumulado de 2024, o fundo multimercado mantém desempenho acima do referencial, com ganho de 13,58% contra 11,76% do CDI.
Na avaliação de Stuhlberger, o mês foi marcado por maior volatilidade nas ações brasileiras, especialmente após a derrota do governo na votação da Medida Provisória 1303 — proposta que alterava a cobrança de Imposto de Renda sobre aplicações financeiras. Segundo o gestor, a perda de apoio no Congresso e as mudanças na percepção política influenciaram diretamente o comportamento dos mercados.
Ações brasileiras: investidores reavaliam chances de mudança no governo
O analista destacou ainda que a melhora da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de opinião levou investidores a reavaliar as chances de alternância de poder nas eleições de 2026.
“Com isso, as ações brasileiras sofreram um período de nervosismo e quedas nas primeiras semanas de outubro”, escreveu Stuhlberger. “Em meio a este cenário, reduzimos a alocação em ativos de risco brasileiros.”
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Apesar do movimento de cautela do Fundo Verde, o Ibovespa manteve trajetória de alta, apoiado pelo avanço das ações brasileiras de grandes companhias como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4), que subiram 0,66% e 0,56%, respectivamente, acompanhando o aumento do preço do petróleo no mercado internacional.
O principal índice da bolsa encerrou o pregão da segunda-feira (10), com sua 14ª alta consecutiva e o 11º recorde seguido de fechamento, oscilando entre 155.601 pontos na máxima e 154.058 pontos na mínima do dia. O volume financeiro totalizou R$ 22,5 bilhões, refletindo o forte interesse por ações brasileiras, ainda que sob uma visão mais prudente de gestores experientes como Stuhlberger.
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