Mar calmo nunca fez bom marinheiro. Mas se você quiser navegar com o máximo de tranquilidade por mares agitados, é melhor escolher o melhor barco. A metáfora deu a tônica das discussões na última live da EQI Research, realizada na noite de quarta-feira (22), com foco em ações que pagam dividendos.
Carolina Borges, head da EQI Research, comandou o evento, com a presença dos analistas de ações Tiago Maciel e João Zanott, que assinam a Carteira de Dividendos da casa de análise. Confira os principais insights!
Cenário para dividendos: crise na renda variável
Segundo Tiago Maciel, o cenário atual é desfavorável para a renda variável, com muita desconfiança no cenário fiscal brasileiro e uma crise de credibilidade do governo perante o mercado, além dos desafios externos.
“No Brasil, seguimos diante de um ambiente de incertezas com o quadro fiscal. Além disso, indicadores de inflação encerraram o ano acima da meta, colocando ainda mais pressão sobre as taxas de juros. No cenário internacional, predominam as dúvidas em relação ao mandato de Donald Trump nos EUA. Dados ligados ao mercado de trabalho norte-americano, divulgados neste início de ano, aumentaram as apostas de que o Federal Reserve (Fed) pare de reduzir os juros. O que dificulta ainda mais a vida para os ativos de risco em mercados emergentes”, aponta.
Diante de tudo isso, os analistas da EQI Research reforçam a importância de o investidor de ações brasileiras estar exposto a empresas saudáveis.
“Companhias com a geração de caixa elevada, baixo endividamento e com capacidade e disposição para distribuir dividendos tendem a se destacar no universo de renda variável”, diz Maciel.
Ele indica que a carteira da casa de análise apresentou performance superior ao IDIV (indíce de referência para dividendos) de mais de 2 pontos porcentuais, graças aos bons desempenhos de Brasil Seguridade (BBSE3) e Petrobras (PETR4).
Ações mantidas na carteira de dividendos
Para janeiro, a research manteve as ações recomendadas na carteira, com elevada exposição à Petrobras (PETR4), que irá distribuir proventos em fevereiro e março; e também a Itaú (ITUB4), que já pagou dividendos acima das expectativas e tem pagamentos previstos para os próximos meses também.
Em termos setoriais, as maiores exposições seguem sendo bancos (com 40%), eletricidade (com 25%) e petróleo (com 20%).
“O setor mais importante da nossa carteira e tem o maior peso é o de bancos, com 40%, sendo 20% de Itaú, 15% de Banco do Brasil (BBAS3) e uma posição menor em Bradesco (BBDC4). O momento continua muito favorável para os bancos. Itaú se modernizou com digitalização e com resultados crescentes. O Banco do Brasil é uma fortaleza, o mais antigo do Brasil e tem o governo como acionista, com pagamento de 45% do lucro em dividendos. Já o Bradesco está se posicionando para melhorar resultados, deve ter dividendo mais modesto, por isso a exposição menor”, explica João Zanott.
O setor elétrico também se destaca, com CPFL (CPFE3), Copel (CPLE6) e Isa Energia (ISAE4). Destaque para a CPFL, que gera muito caixa, tem baixa inadimplência e baixo endividamento.
“A gente montou a carteira com foco em dividendos, mas também selecionando empresas sólidas, que tenham boas perspectivas de valorização do papel”, explica Zanott.
Quando as ações pagam dividendos?
Para saber quando as ações da carteira recomendada pagam dividendos e qual o valor esperado, a EQI Research montou um calendário estimado. Lembrando que, para receber dividendos, é preciso ter posição na ação até a chamada “data com“, que é o dia anunciado como data de corte para o cálculo dos dividendos – ou seja, quem tiver ação em seu nome no dia determinado, entra na divisão dos lucros.
Confira abaixo as prováveis datas de pagamento e valores:
Clique no vídeo abaixo e assista a live na íntegra:
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