A China planeja proibir o uso de iPhones no trabalho por funcionários de estatais e agências do governo chinês. A medida cria desafios para a Apple (AAPL; $AAPL34), que considera o país asiático como seu maior mercado estrangeiro e base de produção global, onde emprega milhares de pessoas.
Com o aperto do governo chinês, a big tech perdeu US$ 190 bilhões em valor de mercado em dois dias. As ações da Apple chegaram a cair até 6,4%, na bolsa de valores Nasdaq, no pior recuo em um mês.
Agências chinesas passaram a instruir seus funcionários a não levarem seus iPhones para o trabalho, segundo fontes familiarizadas com o assunto, informou o Wall Street Journal. A China pretende estender essa restrição de forma muito mais ampla a empresas estatais e outras organizações controladas pelo governo.
Caso a proibição vá adiante, a medida poderá representar o pico de um esforço de anos para eliminar o uso de tecnologia estrangeira em ambientes considerados sensíveis. Pequim também trabalha para reduzir sua dependência de software e circuitos norte-americanos.
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Apple pode ser ameaçada por proibição da China
As medidas instituídas pelo gigante asiático podem corroer a posição da Apple no mercado que gera cerca de um quinto de sua receita.
Ainda não há clareza sobre quantas empresas ou órgãos poderiam eventualmente adotar restrições a dispositivos pessoais. As companhias devem variar em relação ao rigor das proibições, que devem englobar o uso de dispositivos Apple no local de trabalho ou até a proibição total de uso pelos funcionários.
A Apple é extremamente popular na China, apesar do crescente ressentimento em relação aos esforços norte-americanos para conter o setor de tecnologia do país. Os iPhones estão entre os mais vendidos do país e são comuns tanto no setor governamental quanto no privado.
Ainda assim, dispositivos estrangeiros são desencorajados em agências sensíveis há muito tempo, especialmente porque a China vem intensificando o discurso para reduzir a dependência da tecnologia norte-americana.
Em 2022, o país ordenou que as agências do governo e as corporações apoiadas pelo Estado substituíssem os computadores pessoais de marcas estrangeiras por alternativas nacionais em um prazo de dois anos.
O governo Biden também procurou limitar as exportações de equipamentos e semicondutores de ponta para a China.