A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou, sem restrições, a venda da Aesop, pertencente à Natura (NTCO3), para a L’Oréal.
Se nenhum concorrente ou conselheiro questionar o parecer da Superintendência Geral nos próximos dias, a operação será considerada definitivamente aprovada. O valor da operação é de aproximadamente R$ 12,74 bilhões.
Vale lembrar que a marca é uma empresa australiana e que fabrica produtos para a pele, corpo e cabelo, com um mix de ingredientes botânicos e desenvolvidos em laboratórios. A Natura comprou 65% da Aesop ao fim de 2012, por aproximadamente US$ 70 milhões.
Já a L’Oréal é uma empresa multinacional francesa de cosméticos, fundada em 1909, com sede em Clichy. A companhia é especializada em produtos para cabelos, perfumes, protetores solares e produtos dermatológicos. A marca está em 130 países.
A notícia da transação fez a ação da vendedora subir 1,64% por volta das 14h15 de hoje, cotada em R$ 12,99. O papel reporta queda de 24,88% no período de um ano.

Natura (NTCO3): análise do BTG
O BTG Pactual (BPAC11), por sua vez, tem recomendação neutra para Natura, apesar da venda da Aesop.
Para o banco de investimentos, o dinheiro da transação poderá ajudar a companhia em sua reestruturação.
A instituição diz enxergar a Natura com dois grandes desafios para os próximos trimestres, sendo:
- alta alavancagem em meio ao cenário de juros altos (agora resolvido com a venda de Aesop);
- e problemas na renovação de suas operações Avon (tanto na América Latina quanto internacionalmente) e TBS.
“Gostamos dos esforços para simplificar sua estrutura em meio ao cenário adverso, mas em termos de fundamentos, o curto prazo deve continuar desafiador, com margens pressionadas e receita fraca”, destacou, no relatório encaminhado ao mercado.
Em relatório ao mercado, divulgado em abril, o BTG disse que nos últimos anos a Natura focou no crescimento global agressivo e na diversificação dos canais de vendas, comprando Aesop em 2012, The Body Shop (TBS) em 2017 e Avon em 2019.
“Esses movimentos impulsionaram a alavancagem financeira (dívida líquida de R$ 4,6 bilhões ou 2,4x líquida dívida/EBITDA, pré-IFRS16, no 4T19, pré-pandemia) e redução do ROIC (para 15,5% no em 2019 vs. +30% 5 anos antes)”, disse.
4TRI23
A companhia reportou prejuízo líquido de R$ 652,4 milhões no primeiro trimestre de 2023, apenas 1,4% a mais do que o visto no mesmo período de 2022.
De acordo com o balanço, a receita líquida marcou R$ 8,021 bilhões, queda de 2,8%. Em moeda constante houve alta de 3,4%.
Já o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado chegou a R$ 841,7 milhões, 41,3% acima do registrado entre janeiro e março do ano passado.
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