A Embraer (EMBR3) teve um início promissor no Paris Air Show, com o anúncio de um importante contrato de defesa com Portugal e novos pedidos para sua subsidiária Eve.
A movimentação positiva refletiu no mercado ontem (16), com as ações da companhia avançando 6%, impulsionadas pela expectativa de receita futura.
Com este ambiente mais positivo, o BTG Pactual (BPAC11) reiterou sua recomendação de compra para os papéis, com preço-alvo de R$ 94, o que representa um potencial de valorização de cerca de 34% em relação à cotação que gira em torno dos R$ 70.
Embraer no Paris Air Show: destaques do evento
“A Embraer anunciou um grande contrato de defesa com Portugal, já cliente da companhia”, destacou o BTG no relatório.
O governo português decidiu adquirir uma sexta aeronave KC-390 Millennium.
“Com esta possível aquisição adicional, a frota de transporte da Força Aérea Portuguesa passará a contar com seis aeronaves de nova geração KC-390”, explicou o banco.
Além disso, o contrato prevê dez opções de compra adicionais que, se forem convertidas, garantem um horizonte positivo para a fabricante brasileira.
“Se todas as opções forem convertidas em pedidos, este se tornará o segundo maior contrato do KC-390, atrás apenas do pedido inicial da Força Aérea Brasileira”, informou o BTG.
A Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer, também foi destaque com o anúncio de um novo contrato.
“A Eve firmou seu primeiro acordo vinculante com a Revo, operadora de mobilidade aérea urbana (UAM) com sede em São Paulo, e sua controladora Omni Helicopters International S.A.”, apontaram os analistas.
No mesmo dia, a Eve divulgou projeções sobre o mercado de mobilidade urbana aérea.
“As projeções apontam para uma frota em operação de 30 mil eVTOLs até 2045, necessária para transportar cerca de 3 bilhões de passageiros e gerar receita potencial de US$ 280 bilhões”, disse o BTG.
Visão do BTG Pactual
Para os analistas do banco, a valorização dos papéis da Embraer está ligada à percepção positiva do mercado diante do novo contrato.
“Acreditamos estar relacionado ao contrato de defesa com Portugal”, avaliaram.
O BTG destacou que, mesmo com o domínio da Airbus no volume de encomendas, a Embraer teve desempenho expressivo.
“De modo geral, no primeiro dia do evento, a Airbus foi um destaque com pedidos de múltiplos clientes, seguida pela Embraer, enquanto a Boeing teve número bem inferior de encomendas”, comparou o banco.
Com estimativas positivas para os próximos anos — como receita de US$ 7,2 bilhões e lucro líquido de US$ 365 milhões em 2025 — a instituição reafirma a tese de valorização.
“Se considerarmos que as opções portuguesas se convertam em pedidos, isso assegurará os volumes da Embraer até 2030”, reforçaram os analistas do BTG.
Concorrência e expectativas
Apesar dos destaques positivos, o banco também chamou atenção para uma perda relevante no setor comercial.
“Houve também um sentimento de frustração em razão do pedido da LOT Polish Airlines por A220 da Airbus, concorrente direta dos E2 da Embraer, em uma campanha na qual a alta gestão da Embraer esteve fortemente envolvida”, apontaram os analistas.
Ainda assim, o otimismo permanece para o restante da feira.
“É apenas o primeiro dia da mostra, e esperamos mais pedidos ao longo da semana”, concluiu o BTG.
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