O BTG Pactual rebaixou a recomendação da Companhia Brasileira de Alumínio – CBA (CBAV3) − para neutro. Com isso, o preço−alvo da empresa agora é de R$ 5, apresentando um potencial de valorização de 35,14%.
Os analistas do BTG reconhecem que cometeram um erro em relação ao cenário do alumínio e, consequentemente, à tese sobre a CBA. Eles explicam que, anteriormente, após o IPO e as ofertas subsequentes, o banco de investimento acreditava que o equilíbrio do mercado (pelo lado da oferta) aceleraria.
Além disso, o BTG entendia que o tema da transição energética ajudaria a impulsionar a “demanda verde” estrutural. Embora os analistas avaliem que há um potencial de longo prazo na história da CBA, a perspectiva de curto prazo trouxe alguns desafios sérios.
“No mercado de alumínio, onde 30-40% da indústria global não é rentável e 100% da indústria obtém retornos abaixo da média, não temos certeza de quando os cortes na oferta se materializarão e reequilibrarão a indústria. Apostar na racionalização da oferta chinesa e russa (representando 2/3 do mercado global) provou estar além de nossa competência, tornando o persistente excesso de oferta mais provável do que antes”, destaca o relatório.
Neste contexto, a CBA ainda está perdendo uma parcela significativa de seu valor de mercado por mês, e a alavancagem já se aproxima de 10x. Portanto, o ambiente atual não deixa margem para acreditar nas previsões e recomendações iniciais.
Dessa forma, a recomendação foi reduzida para neutra antes que “fosse tarde demais”.
Por que não vender a CBA?
O BTG explica que a pergunta acima pode ser considerada, visto que o banco demorou para rebaixar os ativos da CBA. Contudo, os analistas explicam que a empresa ainda é uma das maiores geradoras de energia hidrelétrica do país e isso depende em maioria de como os preços do alumínio se comportarão no futuro.
“Normalmente, os investidores com foco em teses cíclicas deveriam procurar comprar estas teses mais perto do final do ciclo, e não nos picos, e na nossa avaliação, acreditamos que estes são as mínimas do ciclo. Na nossa opinião, as ações da CBA poderiam facilmente valer 2-3x o seu preço atual num ambiente normalizado de mercado”, cita o relatório sobre a CBA.
Apesar disso, os analistas dizem que não estavam preparados para recomendar uma tese de recuperação nos mercados de alumínio neste momento. Ainda que a commodity continue sob pressão, há uma previsão dela queimar 15-20% do seu valor de mercado todos os anos.