O banco BTG Pactual (BPAC11) manteve neutralidade para Casa Bahia (BHIA3) após os resultados do quarto trimestre (4TRI23), considerado fraco pelo banco de investimentos. Segundo o relatório, o trimestre foi marcado por vários eventos pontuais, principalmente devido ao turnaround em curso.
“Como esperado, e assim como nos trimestres anteriores, o quarto trimestre apresentou uma tendência de enfraquecimento da receita, enquanto a desalavancagem operacional voltou a chamar a atenção, reforçando a perspectiva desafiadora para a empresa no curto prazo (planejamos atualizar nossos números em breve)”, disse o BTG.
O documento informou ainda que, em agosto do ano passado, a nova equipe de gestão revelou uma série de iniciativas para enfrentar às pressões sobre as margens e melhorar o fluxo de caixa, o que também deverá levar a empresa a reduzir suas operações, concentrando-se simultaneamente em categorias mais lucrativas.
Enquanto isso, a rede varejista captou R$ 602 milhões por meio de follow-on em setembro para reforçar sua estrutura de capital (que permanece alavancada).
“Ainda estamos cautelosos sobre a tese devido às perspectivas competitivas do e-commerce, aos altos custos de financiamento da Casas Bahia e à incerteza sobre a monetização de créditos fiscais, o que pode prejudicar sua capacidade de investir no crescimento de suas operações e continuar impactando sua estrutura de capital”, completa trecho do relatório.

Casas Bahia (BHIA3): GMV consolidado cai 12%
O relatório traz ainda que o GMV consolidado caiu 12%, sendo 2% abaixo da estimativa BTG, e o GMV online caiu 18%, sendo 3% abaixo do esperado. Em relação às operações das lojas físicas, o GMV (excluindo devoluções e compras canceladas) caiu 7% a/a, para R$ 6,3 bilhões, com SSS caindo 5,8% (vs. nossa projeção de -5%).
“Como resultado, excluindo os R$ 350 milhões em receita relacionada à renovação da parceria de cartão co-branded no 4TRI22, a receita bruta consolidada caiu 13% a/a para R$ 8,8 bilhões (2% abaixo de nossa expectativa)”, apontou outro trecho do relatório do banco.
A BHIA reportou vários eventos pontuais em seus números operacionais devido ao processo de reestruturação e à provisão relacionada aos pagamentos do DIFAL. Para manter a comparabilidade, o cálculo do banco excluiu R$ 297 milhões em despesas não recorrentes de reestruturação; R$ 220 milhões em provisões DIFAL; reclassificação de custos para despesas gerais, administrativas no 4TRI22 referente a despesas com pessoal de duas controladas; e menos R$ 317 milhões referente à renovação da parceria de cartões co-branded no 4TRI22.
Ao todo, o lucro bruto caiu 10% para R$ 2 bilhões (2% acima da estimativa BTG), enquanto o EBITDA ajustado caiu 45% para R$ 171 milhões (32% abaixo da expectativa), com SG&A como % da receita líquida atingindo 26,2%.
Porém, os resultados trimestrais da Casas Bahia também mostram o progresso em seu novo plano estratégico: a empresa conseguiu reduzir os estoques em R$ 1,2 bilhão; o quadro de funcionários caiu 8,6 mil, com 55 lojas fechadas no ano (17 no 4TRI23); as despesas de terceiros caíram 11% ou R$ 90 milhões; R$ 1,3 milhão de monetização de créditos tributários; e ainda prorrogação de R$ 1,5 bilhão em dívida com vencimento no curto prazo.
Balanço no 4TRI23
O grupo Casas Bahia, em seu balanço, aprofundou o prejuízo líquido da companhia, no quarto trimestre de 2023 (4TRI23), para R$ 1 bilhão ante prejuízo líquido de R$ 163 milhões no mesmo trimestre do ano anterior. No acumulado de 2023, a empresa acumulou prejuízo de R$ 2,6 bilhões ante R$ 342 bilhões de perdas em 2022.
A receita líquida da companhia varejista no último trimestre de 2023, foi de R$ 7,4 bilhões contra R$ 8,8 bilhões do último trimestre de 2022, tendo uma alta de 19,7%. Na comparação anual, foi de R$ 28,8 bilhões no ano passado ante R$ 30,8 bilhões do ano anterior.
O ebitda ajustado, no 4TRI23, foi de R$ 163 milhões contra R$ 629 milhões do mesmo período do ano anterior. Por sua vez, no acumulado do ano de 2023, foi de R$ 1,2 bilhão contra R$ 2,3 bilhões de 2022.
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