O BTG Pactual ($BPAC11) reafirmou sua recomendação de compra para as ações da JBS (JBSS3) após a companhia encerrar o ano passado com um fluxo de caixa robusto de R$ 13,7 bilhões, equivalente a um yield de aproximadamente 18%. O banco destacou que, apesar de alguns ajustes pontuais no balanço do quarto trimestre, o ano foi excepcional para a empresa, validando sua estratégia de crescimento e diversificação. O preço-alvo é de R$ 48.
A $JBSS3 propôs um novo dividendo de R$ 4,4 bilhões (R$ 2 por ação), elevando o total distribuído nos últimos seis meses para R$ 11 bilhões (R$ 5 por ação), o que representa um retorno de dois dígitos aos acionistas.
O EBITDA ajustado da JBS atingiu R$ 10,8 bilhões, superando em 6% a estimativa do BTG e crescendo 116% na comparação anual. Entretanto, itens não recorrentes, como litígios antitruste (R$ 1 bilhão), contingências legais de aquisições passadas (R$ 357 milhões) e reversão de créditos de ICMS (R$ 343 milhões), afetaram os números finais. O lucro líquido reportado foi de R$ 2,4 bilhões, mas ajustado por esses fatores, teria sido de R$ 5,7 bilhões.
JBS (JBSS3): alavancagem tem melhora considerada significativa
De acordo com o relatório do banco de investimentos, a alavancagem da companhia caiu para 2,7x dívida líquida/EBITDA, uma melhora significativa em relação aos 5,1x registrados um ano antes, mesmo com pagamento de dividendos e aquisições ao longo do período.
A marca Seara continuou sendo o motor de crescimento da JBS, registrando margem EBITDA de 20%. No mercado americano, a operação de carne bovina manteve margens estáveis em 1,7%, apesar de um cenário desfavorável no ciclo do gado. No Brasil, a margem EBITDA recuou para 6,6%, pressionada pelo aumento de 33% no custo do boi, mas ainda beneficiada pelo crescimento dos volumes e preços das exportações.
Na Austrália, as margens caíram para 7,9% devido ao aumento dos custos do gado e cordeiro. Já a operação de carne suína nos EUA apresentou bons resultados, com margem EBITDA entre 9,6% (US GAAP) e 13,5% (IFRS), impulsionada por um ganho não caixa de R$ 600 milhões ligado à reavaliação de ativos biológicos.
BTG: 2025 pode não repetir 2024
Após uma valorização de 57% das ações da JBS em 2024, impulsionada pelo desempenho acima das expectativas, o BTG não espera surpresas semelhantes para 2025. O mercado projeta um EBITDA de R$ 37 bilhões para o ano, enquanto o banco estima R$ 35,4 bilhões.
No entanto, além dos fundamentos operacionais, a JBS pode ser beneficiada por uma possível listagem nos EUA, o que poderia destravar um valor significativo para a companhia. O BTG ressaltou que o valor de mercado da JBS representa apenas metade de seu Enterprise Value (EV) e que, mesmo com a valorização de 24% desde o anúncio do acordo com o BNDES, o múltiplo EV/EBITDA permanece em 5,5x, abaixo dos 8x registrados pela Tyson Foods.
Veja como foi o balanço no 4TRI24
A $JBSS3 registrou lucro líquido de R$ 2,412 bilhões no quarto trimestre do ano passado (4TRI24), bem acima dos R$ 83 milhões registrados no mesmo período do ano anterior. No acumulado do ano, a empresa frigorífica saiu de prejuízo de R$ 1,3 bilhão em 2023 para lucro líquido de R$ 14,8 bilhões no ano passado.
Já a receita líquida da empresa foi de R$ 116,7 bilhões no último trimestre do ano passado ante R$ 96,3 bilhões do último trimestre do ano anterior, tendo uma alta de 21,1%. Enquanto isso, no acumulado do ano, a receita líquida da JBSS3 foi de R$ 416,9 bilhões contra R$ 363,8 bilhões de 2023, tendo uma elevação de 14,6%.
Já o ebitda ajustado da companhia no quarto trimestre de 2024 foi de R$ 10,7 bilhões contra R$ 5,1 bilhões do quarto trimestre do ano anterior, tendo uma alta de 111%, mais do que dobrando esse resultado. No acumulado de 2024, o ebitda atingiu R$ 39 bilhões contra R$ 17,1 bilhões de 2023, resultando em uma variação positiva de 127,7%.
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